aquela época. “Apesar de se deixar levar nas
contas públicas, o governo não perdeu o con-
trole da inflação.” E relatou uma série de avan-
ços sociais conquistados nos últimos anos:
multiplicaram-se as entidades sociais, univer-
salizou-se o ensino, diminuiu-se a pobreza ex-
trema e as universidades ganharammaior pre-
sença de negros, indígenas e pardos. “Nosso
atraso persiste, embora atenuado.”
Quem fez a apresentação do homenagea-
do foi o Professor Emérito 2015, o tambémex-
ministro e professor de direito Celso Lafer, que
chamou atenção para a destacada obra teórica
de Ricupero e suas ações. “Admirável profes-
sor, formou gerações de diplomatas e teve pa-
pel relevante na implantação do curso de re-
lações internacionais na Universidade de Bra-
sília.” Para Lafer, o magistério do novo Profes-
sor Emérito vai alémda sala de aula, com arti-
gos, palestras e vivência como homem públi-
co. “Ricupero temuma iluminadora capacida-
de de exercer a tarefa humana de ensinar, gra-
ças à clareza de suas palavras, com lastro do
estudo, da experiência e da sabedoria”. Desta-
cou também o trabalho como diplomata nas
atuações como mediador de problemas de
fronteira, e na direção da Unctad, órgão da
ONU (da qual Ricupero foi secretário-geral),
defendendo o processo de globalização “a to-
dos os homens e aos homens como um todo.”
DEFESA DA DEMOCRACIA.
Francisco
Mesquita Neto chamou atenção para a de-
dicação de Ricupero à sala de aula, mesmo
enquanto mantinha a carreira diplomática.
“Compartilhamos os mesmos valores quan-
to à defesa da democracia.” Já Luiz Gonzaga
Bertelli lembra que o CIEE e o Estadão estão
juntos há duas décadas na premiação de
personalidades que lutam pela qualidade do
ensino. “É pela boa educação que o Brasil
pode reduzir o hiato ao padrão internacio-
nal dos países desenvolvidos.”
A esposa do Professor Emérito 2016, Ma-
risa Ricupero, estava visivelmente emociona-
da. “Foi muito linda a homenagem, me sur-
preendi. Ele sempre gostou de dar aulas, ex-
plica temas complexos com muita simplici-
dade.” Para a historiadora Maria Luíza Mar-
cílio, a escolha para a edição 2016 do prêmio
foi excelente. “Além de competente naquilo
que faz, é um humanista excepcional.”
Cláudio Barreto
Francisco Mesquita,
do Estadão: “É pela boa
educação que o Brasil
pode reduzir o hiato ao
padrão internacional
dos países
desenvolvidos”
Maria Luíza
Marcílio, com o livro
sobre a história da
alfabetização no
Brasil, do qual
Ricupero extraiu
dados preciosos
para seu discurso.
Marisa Ricupero
com o marido: “A
homenagem foi linda.
Me surpreendi.”
CIEE | Agitação
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