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Durante o almoço, Rial falou

sobre a importância da educação e

fez projeções para o mundo digital

que avança em ritmo acelerado. Se-

gundo ele, os bancos passarão a ter

um papel de consultoria e forma-

dor de opinião sobre finanças. Essa

mudança já é sentida, pois boa par-

te das transações não mais é feita

nas agências, mas nos canais digi-

tais. Seria o fim das agências?

“Sempre haverá agências no mun-

do, mas não serão fábricas transa-

cionais como hoje, mas sim escri-

tórios de consultoria.”

Outra preocupação demonstra-

da pelo presidente do Santander é a

crise global do trabalho e seu im-

pacto na juventude, numa época em

que não se gera emprego. “Face-

book não gera emprego; saímos de

uma revolução industrial para a re-

volução informacional que não sa-

bemos para onde vai. E o que isso

significa para a juventude de um

país em desenvolvimento, que aspi-

ra por uma carreira?”, indaga. Para

ele, a saída pode vir do empreende-

dorismo. Mas, para isso, o país tem

de criar um ambiente favorável aos

negócios. “É quase loucura esperar

que qualquer pessoa no Brasil, com

a taxa de juros em 14%, possa vir a

ser um franqueado.” Apesar de o ar-

gumento partir de um banqueiro –

o que pode se tornar anedótico, co-

mo ele mesmo brinca –, acaba ga-

nhando peso ainda maior. Afinal, se

houver um fortalecimento sistemá-

tico do empreendedorismo, todas

as classes sociais teriammuito a ga-

nhar. “É nesse contexto de preocu-

pação com o emprego no mundo

digital que o banco se insere e tenta,

na medida do possível, ser uma for-

ça do bem, com a intenção, não de

fazer bonito para os jornais, mas de

deixar um legado para um país de

gente extraordinária.”

Cláudio Barreto

recebem os alunos que se beneficiam da

troca de experiências com o ambiente

acadêmico. Essa aproximação entre o

mundo corporativo e o acadêmico com-

templa toda a sociedade. Por isso esco-

lhemos o CIEE, com toda a sua expertise,

como o parceiro responsável por estabe-

lecer essa ponte.”

Valor da prática

“Fui trainee em 1983, no Banco do Co-

mércio e Indústria de São Paulo. A insti-

tuição não existe mais, mas a experiên-

cia foi importante, porque aconteceu em

um momento decisivo na carreira de

qualquer pessoa: a hora de definir o que

você busca para si mesmo. Estar no mun-

do real, com a obrigação de ganhar di-

nheiro e de gerar valor para os clientes,

ajuda a tomar essas decisões com mais

clareza e realismo.”

Donald Trump e o Brexit

“O mundo vive ummovimento de delicada

aproximação com o populismo, e quem sa-

be até com o protecionismo. Desde o re-

lativo fracasso do Gatt (Acordo Geral de

Tarifas e Comércio), seguido pelas dificul-

dades de promover o diálogo entre os paí-

ses via Organização Mundial do Comércio

(OMC), se discute se a globalização foi

realmente um processo positivo. Isso é

preocupante e torna mais difícil o nosso

desafio como país, em termos de inserção

no mundo. Um cenário de guerra aduanei-

ra pode ser ruim para nós. Precisamos agir

diferente para fazer parte da cadeia

global, buscando, por exemplo,

acordos de livre comércio que se-

jam favoráveis ao Brasil. Te-

mos que pensar qual será o

motor de nossa transfor-

mação em um país

competitivo.”

VISÃO DO FUTURO

CIEE | Agitação

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