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P

ela primeira vez, uma pesquisa di-

mensiona com base em critérios

técnicos o quanto a sociedade lu-

cra ao isentar as entidades filantró-

picas da cota patronal da contribui-

ção previdenciária. Bastaria um índice para

mostrar a relevância dessas instituições para a

sociedade: cada 100 reais da isenção gera um

retorno de 600% em serviços de assistência so-

cial, educação e saúde prestados aos segmen-

tos que mais necessitam deles.

Com o título

A contrapartida do setor fi-

lantrópico para o Brasil

, a DOM Strategy

Partners reuniu dados coletados emuma am-

pla varredura no universo de mais de 8,5 mil

instituições privadas sem fins lucrativos que

contavam com o Certificado de Entidade Be-

neficente de Assistência Social (Cebas) em

2014, que as dispensa do recolhimento da co-

ta previdenciária. As fontes foram, entre ou-

tras, bases de dados oficiais, principalmente

dos ministérios que concedem o Cebas: De-

senvolvimento Social, Educação e Saúde,

além da Receita Federal.

Entre outros pontos, o trabalho faz uma

análise comparativa do conjunto de isenções

concedidas para vários setores e finalidades.

Conclui que, entre 2012 e 2014, a filantropia

foi beneficiada com 26,7 bilhões de reais, cor-

respondendo a menos de 10 bilhões de reais

por ano e equivalendo a 20,3% do total das

isenções, que somou 131,7 bilhões de reais.

Só para comparar, a desoneração da folha de

pagamento de empresas de 56 setores atingiu

47,4 bilhões de reais (36%) e o Simples Nacio-

nal, 43,8 bilhões de reais (33,3%). Como cu-

riosidade, a Olímpiada do Rio e a Copa do

Mundo foram agraciadas com 19 milhões de

reais de isenção.

Qual a contrapartida que as instituições fi-

lantrópicas entregamà sociedade pela conces-

são do Cebas? Essa é a perguntamais relevante

entre os aspectos que a pesquisa mensurou e

a resposta vale por um irretorquível argumen-

to em favor dessa desoneração para as 8,5 en-

tidades que formam o universo certificado.

Dessas, o maior retorno vem das instituições

filantrópicas de assistência social que, a cada

real isento, devolvem5,73 reais. Emoutras pa-

lavras, a isenção de 0,9 bilhão de reais possibi-

lita a realização de serviços gratuitos, conti-

nuados e planejados a segmentos carentes da

população avaliados em 5,1 bilhões de reais.

Elaborado a pedido do recém-criado Fó-

rum Nacional da Instituições Filantrópicas

(Fonif), o estudo traça um breve histórico da

filantropia, palavra de origem grega que sig-

nifica amor (

philos

) e humanidade (

tropos

) e

é usada desde 480 a.C. No Brasil, a Santa Casa

»

FILANTROPIA

DANDOMUITO

MAIS

QUE

RECEBENDO

ENTIDADES DE

ASSISTÊNCIA

SOCIAL

GERAMO

EXCEPCIONAL

RETORNO DE

600% SOBRE

AS ISENÇÕES

QUE RECEBEM,

ATENDENDO

MILHÕES DE

PESSOAS,

GERALMENTE

EM ÁREAS

ONDE O

ESTADO ESTÁ

AUSENTE.

26

Agitação | CIEE

O QUE AS INSTITUIÇÕES

FILANTRÓPICAS FAZEM

PELOS BRASILEIROS

R$ 348 BI

R$ 60 BI

ARRECADAÇÃO PREVIDENCIÁRIA ANUAL (2014)*

VALOR GERADO (2014)

Retorno sobre o

investimento

Total da receita da

Previdência

Qualitativo

(Intangível)

Quantitativo

(Tangível)

R$

10 BI

Valor da imunidade

fiscal das

filantrópicas 2014

*Valores arredondados

3%

600%