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Agitação | CIEE

Há diferença no jeito de fazer co-

mércio entre o Sul e o Norte do

Brasil?

Creio que de modo geral todos tra-

balham do mesmo jeito, em uma

economia altamente regulada e bu-

rocratizada. Grande parte do tempo

dos empresários no Brasil é dedica-

da não à busca de melhores negó-

cios, mas, sim, a preencher todas as

exigências que o governo exige de

quem produz. Vivemos em um país

de povo trabalhador, mas infeliz-

mente com uma máquina burocrá-

tica bastante complexa e exigente,

que torna o crédito caro e os pro-

cessos lentos.

O senhor desenvolveu-se profis-

sionalmente sem ter curso supe-

rior, adquirindo na prática seus

conhecimentos. Acredita que os

jovens hoje podem seguir o mes-

mo caminho ou a educação for-

mal ganhou importância?

Vivemos em ummundo cujo maior

valor é o conhecimento. Não im-

porta de que maneira você o obtém,

contudo o mais fácil e seguro certa-

mente é por meio da educação for-

mal. Diferentemente do inicio do

século passado, hoje em uma socie-

dade cada vez mais interligada vale

mais quem sabe mais.

Os programas de estágio e apren-

dizagem proporcionam essa vi-

vência real do mercado do traba-

lho aos jovens?

Claro, os programas de estágio e

aprendizagem são fundamentais

para o aprendizado dos jovens e sua

introdução no mercado de traba-

lho. Devemos incentivar essa práti-

ca e o trabalho desenvolvido pelo

CIEE. São programas assim que

constroem nossas novas lideranças.

Estágio e aprendizagem, além da

capacitação profissional, benefi-

ciam a juventude com uma remu-

neração usada para pagar mensa-

lidades escolares e complementar

o orçamento familiar. O senhor

reconhece esse lado socioassis-

tencial dos programas?

Sim, reconheço e apoio. O lado so-

cioassitencial é importante e deve-

mos louvar esse trabalho, contudo

a experiência profissional adquirida

nos programas de estágio também

é fundamental para formar novos

profissionais. Mesmo emminha fa-

mília incentivo que meus netos ini-

ciem suas carreiras através de pro-

gramas de estágio.

Como acredita que os estudantes

possam exercer o empreendedo-

rismo hoje?

Creio que o melhor caminho é co-

meçar com um bom programa de

estágio, em que os jovens possam

combinar estudo e trabalho. Devem

ter em mente o seu papel na socie-

dade e definir o mais breve possível

a profissão que mais lhes agrada.

Quem trabalha no que gosta, não

trabalha um dia sequer na vida.

Sua família é bem grande. Quais

valores faz questão de transmitir

aos seus filhos?

Muitos valores são importantes e

devem ser aprendidos ao longo da

vida, como a consciência de que te-

rão sempre vitórias e derrotas. Con-

tudo, de maneira sucinta, peço sem-

pre que sejam humildes na vitória e

altivos na derrota.

Em recente entrevista, o senhor

defende que o país sempre sai

melhorado das crises. Quais

oportunidades vê surgindo com

os recentes acontecimentos de

Brasília?

Em qualquer situação há sempre

dois lados em que podemos for-

mar uma convicção. Creio que os

últimos acontecimentos trouxe-

ram uma certeza para o povo bra-

sileiro: vivemos em uma democra-

cia consolidada, em que as insti-

tuições funcionam. Isso não é pou-

ca coisa, é motivo para nos orgu-

lharmos do Brasil.

Sobre seus hábitos, sabemos que

é um ávido leitor. Hoje a juventu-

de, apesar de estar conectada 24

horas por dia, lê poucos livros.

Qual a maior lição que o senhor já

encontrou em um livro?

Livros sempre foram uma paixão

em minha vida. Não poderia reco-

mendar um título específico por-

que cada leitor deve buscar o as-

sunto que mais lhe interessa, o au-

»

ENTREVISTA

OSCAR RODRIGUES

Centro administrativo do grupo