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nós, vai do controle da gestação ao

incentivo ao parto normal e ao alei-

tamento materno.

Há 2,6milhões de crianças em tra-

balho infantil no Brasil. A aprendi-

zagem combate esse mal?

Esse é um dos eixos do programa

Empresa Amiga da Criança, que

concede o selo Empresa Amiga da

Criança às organizações que assu-

mem o compromisso de abrir vagas

para aprendizes, incentivando-os a

continuar os estudos. A aprendiza-

gem permite que o jovem receba for-

mação profissional e colabore com a

renda familiar, de maneira digna. É

um programa que abre as portas pa-

ra um bom futuro profissional, no

qual acreditamos e estimulamos. Es-

se programa, ao lado da boa vontade

e do apoio das empresas, colabora

sobremaneira para minimizar a ex-

ploração do trabalho de crianças e

adolescentes.

Como a crise atual tem afetado o

setor de brinquedos?

Em 2016, o segundo ano de crise

econômica, houve dois efeitos dife-

rentes. Começou como câmbiomui-

to desvalorizado, o que aumentou a

competitividade da indústria nacio-

nal, porque houve grande redução na

importação de produtos chineses – o

que consideramos um resultado

bom, embora o mercado não tenha

crescido muito (estimamos algo em

torno de 3%). Por isso, chamo à aten-

ção para a importância de se ter uma

estrutura flexível emumpaís como o

Brasil, que não tem políticas de de-

senvolvimento industrial, sem proje-

tos para crescimento da economia

em cinco ou dez anos. Repito, foi isso

que procuramos, aomanter nossa es-

trutura fabril no Brasil, tendo forne-

cedores na China, e agora com o no-

vo braço no Paraguai.

Quais são as carreiras envolvidas no

desenvolvimento de brinquedos?

Na área de desenvolvimento de brin-

quedos temos um grupo que envolve

mais oumenos 25 profissões. De cos-

tureiras e maquiadoras, passando por

engenheiros e profissionais de tecno-

logia da informação, até profissionais

de design, comunicação e marketing.

Além de pedagogos e educadores

que prestam serviço em pesquisa

com crianças para identificar se o

brinquedo está cumprindo a função

que idealizamos, se as regras dos jo-

gos estão claras, se estão sendo con-

siderados atraentes ou chatos. É um

mercado atraente e que contamina.

Que conselhos daria ao jovem

que sonha com uma carreira de

sucesso?

Eu diria: nunca abandone seu sonho,

por mais dif ícil que seja o início da

carreira ou da busca pelo bom enca-

minhamento profissional. Comece o

quanto antes a participar de progra-

mas de aprendizagem e de estágio.

Será ótimo para confirmar se aquela

profissão que você almeja é realmen-

te aquela para a qual tem aptidão.

Não siga uma carreira em que não se

sinta feliz todo dia ao acordar e ir pa-

ra o trabalho, porque quem trabalha

feliz tem muito mais chance de ser

um bom profissional.

No Brasil, empreender é bom ou é

tarefa para poucos?

Empreender no Brasil é tarefa muito

mais dif ícil do que em muitos paí-

ses. Em Hong Kong, abre-se uma

empresa em três dias e fecha-se em

uma semana. O país precisa facilitar

o ambiente para quem deseja em-

preender. Hoje, há um grande nú-

mero de jovens com ótimas e inova-

doras ideias para criar startups, mas

são desencorajados por excesso de

burocracia, alta carga tributária. Co-

mo as crianças, os jovens são cida-

dãos do mundo. Se não criarmos

um ambiente melhor, eles irão em-

preender em outros países.

O que é preciso para mudar esse

cenário?

Precisamos urgentemente de uma

reforma trabalhista, pois as leis

atuais impõem um risco ao empre-

sário, desproporcional ao bem que

ele faz à sociedade ao gerar um em-

prego. Nossa grande luta é para ter

um Estado muito menor e mais en-

xuto. Na medida em que tivermos

gestores públicos que reduzam a

máquina pública, o governo poderá

reduzir os impostos e, com isso, dar

a chance de mais pessoas terem

acesso a produtos e serviços. Com

isso dará condições para a produção

industrial crescer. Com isso, o gover-

no arrecadará mais no volume, pois

a população vai poder consumir

mais. Com tudo isso, se empreender

estiver no seu DNA, o faça, pois,

apesar de empreender ser sofrer, vo-

cê só será feliz assim.

Roberto Mattus

CIEE | Agitação

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