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CARLOS TILKIAN

PRESIDENTE DA ESTRELA

E DA FUNDAÇÃO ABRINQ

BRINCADEIRA

LEVADA A SÉRIO

»

ENTREVISTA

A

ssimcomo aconteceu comcentenas de em-

presas habituadas a atuar num país prote-

gido da concorrência internacional, a Brin-

quedos Estrela sofreu forte impacto coma

abertura abrupta do mercado brasileiro

pelo governoCollor em1990. De líder de umsegmento

altamente rentável, seis anos depois a Estrela amargava

boatos de falência ou, pelo menos, de venda a uma das

gigantes mundiais do setor. Para surpresa geral, entre-

tanto, foi adquirida por seu principal executivo, Carlos

Tilkian, que apostou na força de umamarca que nasceu

em1937 e tinha emseus catálogosmegassucessos como

Autorama, Banco Imobiliário, Genius (primeiro brin-

quedo eletrônico do país). Isso, alémde dezenas de ou-

tros ícones que encantaram a infância – e permanece-

ram no imaginário – de dezenas de gerações.

Filho de imigrantes armênios nascido em 1953 e

formado em administração pela Faculdade Getúlio

Vargas, Tilkian permaneceu 17 anos na atual Unilever,

chegando a diretor de vendas aos 35 anos, idade em

que deixou amultinacional após recusar o convite para

assumir a direção de uma das divisões na Itália. “Eu ha-

via acabado de ficar viúvo, com dois filhos pequenos,

de três e cinco anos; essa dificuldade na vida pessoal

me fez declinar do convite: mudar de país, com duas

crianças pequenas, após ter sofrido uma perda tão

grande nãome pareceu uma boa ideia.” Contratado co-

mo vice-presidente em 1993, encontrou a Estrela em

situação complicada, que foi se agravando nos anos se-

guintes. Em1996, comprou a empresa, emmeio à des-

crença de que poderia salvá-la.

A recuperação veio com uma ampla reestrutura-

ção – fechamento de unidades fabris, redução de pes-

soal, reescalonamento da dívida (basicamente em im-

postos vencidos), cadastramento de fornecedores na

China para confeccionar produtos da marca. Tudo is-

so para vencer o cenário adverso que encontrara: ven-

das em queda livre; concorrência dos chineses; mi-

lhões de reais em produtos encalhados; custo Brasil,

com a alta carga de impostos, logística cara, juros ele-

vados, oscilações cambiais, etc. A continuação dessa

história está relatada em trechos da entrevista conce-

dida a Roberto Mattus, na sede da empresa em São

Paulo. E que tem mais um capítulo relevante: a atua-

ção como presidente da Fundação Abrinq, de defesa

da criança e do adolescente.

EXECUTIVO COMPRA EMPRESA TRADICIONAL EM CRISE,

COORDENA AMPLO PROCESSO DE REESTRUTURAÇÃO E

REPÕE UMA PODEROSA MARCA NO MERCADO DE

BRINQUEDOS. E TUDO COMEÇOU COM DUAS

OPORTUNIDADES DE ESTÁGIO

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