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deles aprendia o tupi. Durante sua estada em Iperoig, na jor-
nada pacificadora que ao lado do padre Nóbrega fez junto aos
tamoios, escreveu o célebre poema em louvor de Nossa Senho-
ra, com 5.786 versos. Diz a lenda que os versos foram escri-
tos na areia e depois memorizados pelo apóstolo. Mal se reco-
nhecem na São Paulo dos nossos dias os vestígios materiais de
sua origem.
Ao contrário de outros núcleos urbanos que preservam (ainda
que de modo disperso) sinais evocativos de momentos impor-
tantes de uma trajetória multissecular, nossa cidade se escon-
de atrás dos gigantescos edifícios que sua condição de sede da
maior área metropolitana do país lhe impõe. Esse crescimen-
to acelerado de São Paulo torna cada vez mais complexos os
problemas de transporte, habitação, segurança, abastecimen-
to, meio ambiente, saúde e educação para os seus habitantes,
pois têm a sua etiologia, a sua raiz, em um longo processo
histórico cujos marcos podem ser apreciados em dois grandes
movimentos.
O primeiro refere-se à substituição da economia agrária ex-
portadora, lastreada no café, pela economia urbana e indus-
trial que passou a vigorar já nas primeiras décadas do século
XX. Com efeito, a sociedade cafeeira já pertence ao passado; as
suas figuras maiores constituem uma vasta e soberba galeria de
insignes paulistas do século XIX e das duas primeiras décadas