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oi no dia 25 de janeiro,
em que a igreja celebra a con-
versão de São Paulo, que em 1554, no Planalto de Pi-
ratininga, o padre Manuel de Paiva rezou num tosco
altar a primeira missa, coadjuvado por oito sacerdotes jesuítas
e pelo ainda seminarista José de Anchieta, cuja ordenação lhe
seria conferida 15 anos mais tarde, numa cerimônia religiosa
na capital da Bahia, em 1569. Anchieta nascera no arquipélago
das Canárias, na costa ocidental da África. O primeiro provi-
dencial do Brasil, o padre jesuíta Manuel de Paiva, nascido em
Portugal e de família abastada, tinha 36 anos, enquanto seu
discípulo e amigo, José de Anchieta, apenas 19 anos. Por isso,
é bem provável que tenha assumido um papel paternal em re-
lação ao pupilo.
Assim nascia a vila de São Paulo, no alto de uma colina escar-
pada entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí. Numa rústica
construção de taipa de pilão, entrava em funcionamento o Co-
légio dos Jesuítas, inicialmente com apenas 12 alunos, todos
eles meninos órfãos. A cabana foi construída pelos padres Ma-
nuel de Paiva e Manuel Chaves, com ajuda dos índios, a fim de
acolher os primeiros missionários. O número 12 é simbólico,
pois faz referência aos 12 apóstolos de Cristo. Se a cristandade
teve início após a atuação dos apóstolos, esses meninos, que
eram nascidos em Portugal, fariam o mesmo em terras tão dis-
tantes. Com coragem, audácia e denodo, deixando as praias
onde a vida era menos árdua, os religiosos de Santo Inácio de