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Capa do primeiro livro

de Paulo Bomfim, que

ganhou o Prêmio Olavo

Bilac, da Academia

Brasileira de Letras (ABL).

tribuídos em duas quadras e dois tercetos, com pelo me-

nos um grupo de rimas comum aos dois tercetos) quanto

o inglês (composto por três quadras e um dístico ou du-

pla de versos). O jurista também destacou os poemas

que versam sobre a história de São Paulo. Ao lado de te-

mas filosóficos, Bomfim canta a Revolução Constitucio-

nalista de 1932 e as conquistas dos bandeirantes: “É o

bardo das bandeiras”, disse Gandra. “Bomfim desvenda

formas e essências que habitam o chão do mundo”, com-

plementou Lafer. Para Nalini, que o conheceu ainda na

adolescência e lembra do primeiro livro com dedicatória

que ganhou à época, o poeta é uma lição viva de ética e

generosidade. “Quem se aproxima não tem oportunida-

de de falar mal de ninguém: ele sempre sabe particulari-

dades de quaisquer pessoas que são merecedoras de res-

peito e consideração”, confidenciou o secretário.

OS PRÍNCIPES.

Na linha sucessória, Paulo Bomfim é

considerado o sexto Príncipe dos Poetas

,

antecedido por

Olavo Bilac, Alberto de Oliveira, Olegário Mariano,

Guilherme de Almeida e Menotti Del Picchia. “Para nós,

porém, você é um rei”, afirmou Paulo Nathanael Pereira

de Souza, repetindo o brinde feito na APL, na noite an-

terior. Ademir de Carvalho Benedito, vice-presidente

do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, não pou-

pou elogios, lembrando a atuação do homenageado en-

tre os magistrados – funcionário antigo do órgão, foi

chefe de gabinete na presidência de Nalini. “Ele

é

o Tri-

bunal de Justiça; é cultura, honestidade e simplicidade,

tudo o que um juiz precisa ser”, enfatizou o vice-presi-

dente do TJ.

Emocionado, Paulo Bomfim, foi ovacionado pela

plateia em pé por três vezes: à entrada no teatro, ao re-

ceber o Troféu Integração do CIEE e ao declamar o

poema

Meus 90 anos em Porta-Retratos

, feito especial-

mente para o evento (ao lado). A festa foi encerrada

com a apresentação do músico Eduardo Santhana, que

compôs arranjos para as poesias do homenageado – o

CD vem encartado no livro de Di Bonetti – e foi acom-

panhado pela filha Isadora Santhana e pelos Trovado-

res Urbanos.

CIEE | Agitação

53

Meus 90 anos em

porta-retratos

Noventa heroicas pancadas

Batem no peito esta noite,

Surgem de um porta-retratos

As fotos esmaecidas

Que falam pelo silêncio,

Confidenciam lembranças

Ao caminheiro que segue

Levando em sua lapela

A voz da rosa dos ventos.

Noventa heroicas pancadas

Soam nos sinos das horas

Infâncias perdidas voltam

A percorrer cafezais.

A brisa acorda paisagens,

Rostos e vozes regressão

De casarões que navegam

O sonhar de serenatas.

Presença dos que partiram

E se encantaram em saudade

Amigos que me rodeiam

E celebram reencontros

Nas fotos que se revelam

Nos escaninhos da alma

Horas e dias viageiros

Transformam porta-retratos

Em porta-amor, porta-esperança.

Verde verdade florindo

No relicário que encerra

A magia dessa noite

Paulo Bomfim

agradece Lygia

Fagundes Teles

pelo soneto

Ninguém tem

culpa daquilo

que não fomos

,

que ela leu em

homenagem aos

seus 50 anos de

APL.

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