nossa atuação. Nossa prática atende con-
ciliação, educação em direitos, entre ou-
tras ações. A criação do quadro de apoio
está prevista no projeto de Lei 7.922, ain-
da não aprovado.
Quantos funcionários efetivos e es-
tagiários atuam hoje na Defensoria
Pública?
São números dinâmicos. Segundo o Re-
latório de Gestão de 2016, em dezembro
a DPU contava com um efetivo de 614
defensores públicos federais, 1,3 mil ser-
vidores (cedidos, requisitados e procura-
dores estaduais) e 2.408 estagiários. Hou-
ve leve redução no números, ou seja, não
houve crescimento.
Quais os principais requisitos para in-
gressar na DPU?
Na condição de defensor público: a) ser
aprovado no concurso público (prova ob-
jetiva, subjetiva e oral); b) ter a nacionali-
dade brasileira ou portuguesa e, no caso
de nacionalidade portuguesa, estar ampa-
rado pelo estatuto de igualdade entre bra-
sileiros e portugueses, com reconheci-
mento do gozo dos direitos políticos, nos
termos do § 1º do artigo 12 da Constitui-
ção Federal; c) estar em gozo dos direitos
políticos; d) estar quite comas obrigações
militares, em caso de candidato do sexo
masculino; e) estar quite com as obriga-
ções eleitorais; f) possuir diploma de con-
clusão de curso de graduação de nível su-
perior de bacharelado em direito há pelo
menos três anos completos; g) ser inscrito
na OAB, ressalvada a situação dos candi-
datos que exerçamatividade incompatível
coma advocacia; h) ter, nomínimo, a prá-
tica de três anos de atividade jurídica; i)
ter idade mínima de 18 anos completos
na data de posse.
Equais sãoos principais requisitos pa-
ra o sucesso na carreira interna?
Empatia com a missão da Defensoria Pú-
blica, qual seja, garantir aos necessitados
o conhecimento e a defesa de seus direi-
tos. Além de identidade com a missão, é
necessário estar disposto a superar os de-
safios impostos por um órgão em fase de
implantação e de consolidação de auto-
nomia, e manter disciplina para ter atua-
lização continuada na área de atuação.
Asenhora dedica atenção especial aos
estagiários da DPU? Por quê?
O estágio é uma oportunidade para qua-
lificação profissional, tanto no conteúdo
quanto na forma. Não basta saber o que
fazer, mas como fazer, como se fazer en-
tender, como se relacionar no ambiente
de trabalho e costurar as redes profissio-
nais que serão importantes para abrir
portas durante e após a conclusão do cur-
so. Na condução da supervisão do estágio
na DPU, sou rigorosa. Tenho a alegria de
dizer que desde outubro de 2006, quando
tomei posse como defensora, todos os
meus estagiários de direito que se abriram
ao aprendizado foramaprovados naOAB
ou já saíram empregados. Então, valeu o
esforço na supervisão.
Há dados sobre o número de ex-esta-
giários que prestaram concurso para
a DPU?
Não há dados oficiais. Mas, na maioria,
os meus colegas de profissão foram esta-
giários da Defensoria Pública, seja da
União, Distrito Federal ou estaduais. De-
finitivamente, o estágio viabiliza o acesso
dos estudantes de direito ao reconheci-
mento das atividades da Defensoria, le-
vantando talentos.
Como avalia o relacionamento da
DPU como CIEE?
O CIEE sempre foi parceiro da DPU na
gestão do programa de estágio, com co-
bertura nacional e abertura ao diálogo,
quando ponderamos ações de melhoria
nas diversas fases.
Que razões daria a um jovem estu-
dante para que ele se interesse pelo
ingresso na DPU após a formatura,
entre outras opções que existem na
área jurídica?
A Defensoria Pública é uma instituição
que permite enxergar na atuação diária a
mudança de realidade na vida do assisti-
do, de transformação social. Émuito gra-
tificante. Temos frentes de atuação para
vários atendimentos: população em si-
tuação de rua, sistema penitenciário, qui-
lombos, comunidade indígena, movi-
mento GLBTI, direitos humanos, inclu-
sive no Sistema Interamericano de Direi-
tos Humanos, enfim, uma universalidade
de oportunidades.
Que conselhos daria a umjovemestu-
dante já interessado em ingressar na
DPUpara ter sucesso no concurso pa-
ra efetivo ou nos processos seletivos
para estágio?
Levantar o material do que já foi cobra-
do em provas anteriores e se aprofun-
dar nas temáticas, ter disciplina de es-
tudo diário, se aprofundar nas áreas de
maior apelo na atuação finalística da
DPU, como direitos previdenciário, tra-
balhista, criminal federal, militar. Co-
mecei a reunir material durante a facul-
dade e concentrar esforços para que a
confecção de peças e teses jurídicas
fluíssem naturalmente.
CIEE | Agitação
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ASCOM/Divulgação