E
m 2016, à grave crise eco-
nômica somou-se o agra-
vamento da turbulência
política, com forte impac-
to no mercado de traba-
lho. O desemprego explodiu, elevan-
do a desocupação na faixa etária de
18 e 24 anos a níveis recordes, baten-
do em 12% na taxa geral de desem-
pregados. Entre eles, um em cada
quatro jovens está excluído das ativi-
dades produtivas. A preocupação
com a oferta de oportunidades de in-
serção profissional das novas gera-
ções cresce diante de recente pesqui-
sa do CIEE, segundo a qual, entre os
estudantes que estagiam ou traba-
lham, 91% contribuem para o orça-
mento familiar. Percentual que refor-
ça uma vertente do valor do estágio
e da aprendizagem nada desprezível
em tempos de crise. Sem essa alavan-
ca, o país pode cair num já crônico
círculo vicioso. Sem capacitação, os
jovens não encontram colocação.
Sem remuneração, continuam de-
pendentes dos pais ou, não raro, en-
grossam as taxas de evasão escolar e
contribuem para a baixa escolarida-
de, um dos fatores da falta de qualifi-
cação que condena milhões de brasi-
leiros à exclusão profissional, ao su-
bemprego e à desocupação.
É de se comemorar que, mesmo
no cenário adverso, a inserção de es-
tagiários e aprendizes cresceu 1,74%
em 2016 em comparação ao ano an-
terior, com a assinatura de 294 mil
contratos – grande parte firmada por
empresas que veema tempestade pas-
sando e reforçamseus quadros, visan-
do minimizar o gargalo da falta de
mão de obra qualificada. Outro fator
importante foi a conquista de impor-
tantes parcerias emSão Paulo, caso do
dos governos estadual e da capital e do
Tribunal de Justiça. Aliás, as adminis-
trações municipais de todo o país se
destacam no que tange a capacitação
e inclusão profissional de jovens: em
todo o Brasil, oCIEEmantémparceria
com um total de 836 prefeituras.
»
BALANÇO
Vocação despertada para
carreira pública: Daniel
Lovato, ex-estagiário e
efetivado na prefeitura de
Campinas, após concurso.
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Agitação | CIEE
NUM CENÁRIO DE FORTE CRISE, EMPRESAS INVESTEMNA FORMAÇÃO DE NOVOS
TALENTOS, COM UMOLHAR PARA A RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA, QUANDO HAVERÁ
NOVA DEMANDA DE PROFISSIONAIS QUALIFICADOS.
Ricardo Lima
CAPACITAR
ÉPRECISO