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Com uma relação muito próxima
comoCIEE– alémde conselheiro,
é filho de um dos fundadores da
Casa –, como avalia a importância
do CIEE para a juventude?
Todo mundo fala bem do CIEE, e
com razão. Para mim, é umprivilégio
participar do Conselho, pois é um
meio fértil que dá oportunidade para
que todos desenvolvam seu potencial
ao máximo. As pessoas não estão lá
pelo dinheiro (no caso de funcioná-
rios) ou por prestígio (os conselheiros
são voluntários), mas porque a enti-
dade tem alma. Você sai de lá e sente-
se bem. O CIEE faz sentido. Conver-
sas compais dão a dimensão dos efei-
tos que provoca nas famílias. É bonito
demais ver histórias de garotos que ti-
veram a vida transformada pelo está-
gio ou pela aprendizagem. O lado dra-
mático da história é que, diante da de-
manda de jovens, o número que o
CIEE atende – expressivo, graças a
Deus – é uma gota no oceano. O de-
safio é fazer com que essa oportuni-
dade se estenda para amaioria dos es-
tudantes. OCIEE é uma das boas saí-
das para esse aspecto de inclusão.
O CIEE, nessa visão, pode ser um
instrumento de transformação
social?
Estamos vendo uma brutal insensi-
bilidade com o sofrimento das pes-
soas. Estamos anestesiados, é dramá-
tico. Nosso maior problema é a ex-
clusão, que não se resolve com inva-
são ou na pancada. É preciso convi-
ver, e conviver tem um preço. Vive-
mos um momento de transição do
individualismo exacerbado. Está
meio confuso ainda. Mas o CIEE po-
de ser uma ferramenta de transfor-
mação pelo exemplo de eficiência
que dá. Eu sou entusiasta do CIEE.
Recorda-se da época emque come-
çou a trabalhar, muito cedo, nas
empresas da família?
Tive o privilégio de pertencer a uma
ROGÉRIO AMATO
PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
DA SPRINGER E CONSELHEIRO DO CIEE
LUCRO A
QUALQUER PREÇO
NÃO DÁ LUCRO
»
ENTREVISTA
O
empresário Rogério Amato começou cedo. Desde muito jo-
vem frequentava as empresas do pai, o líder empresarial Ma-
rio Amato, ex-presidente da Federação das Indústrias de São
Paulo (Fiesp), umdos fundadores doCIEE e umgrande entu-
siasta da preparação dos jovens, conjugando educação e tra-
balho. Essa experiência foi primordial para sua formação profissional. Her-
deiro do pai na holding Springer, é o atual presidente doConselho deAdmi-
nistração, ccoordenador doConselhoConsultivodoCIEE e foi, durante qua-
tro anos, presidente da Federação e da Associação Comercial de São Paulo.
Apesar da vivência no mundo empresarial, também quis conhecer de
perto a administração pública. Aceitou o convite para liderar a Secretaria de
Assistência e Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, no governo
José Serra. “O sistema é muito difícil”, revela ao lembrar situações em que a
burocracia termina emperrando desde situações simples àsmais complexas.
A seguir, a entrevista exclusiva, concedida à reportagem de
Agitação
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Agitação | CIEE