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precisa ser visto e respeitado. Os

equipamentos de proteção ao pedes-

tre têmde estar presentes de maneira

a que toda a circulação de veículos na

cidade lhe dê prioridade e isso é que

estamos fazendo.

Como o munícipe pode ajudar a

melhorar as condições de trânsito?

Com educação, tendo em mente

que a cidade é de todos e que todos

têm o direito de circular por ela. Se

não há uma atitude cidadã, não

adianta, e é gerada atitude destru-

tiva, como muitos casos de desres-

peito que vemos hoje. Quem não

gosta de moto, joga o carro em ci-

ma dela. Quem não gosta de carro,

chuta o retrovisor. Ônibus não res-

peita a bicicleta que, por sua vez,

não respeita o pedestre, gerando

um circulo vicioso. Isso é conse-

quência da falta de educação, cida-

dania e civilidade.

O aumento da oferta de trans-

porte surgido a partir de aplica-

tivos como Uber, 99 e Cabify,

tem colaborado para desafogar o

trânsito de São Paulo?

Mais do que desafogar o trânsito, é

uma oferta adicional de deslocamen-

to. É obvio que com menos veículos

de transporte individual circulando,

melhora a performance do sistema

viário. Entretanto, o grande objetivo é

um complemento dos modais, obvia-

mente com os aplicativos funcionan-

do sobre a égide da Lei, para que seja

justo com os taxistas.

Pesquisa realizada em 2015 no

Reino Unido mostra que 68% das

pessoas de 18 e 34 anos preferem

um celular de última geração a

um carro. Podemos concluir que,

com isso, o uso do transporte pú-

blico deva ser uma tendência e

que teremos um trânsito mais

tranquilo no futuro?

É interessante notar que, quando bra-

sileiros vão ao exterior, acham o má-

ximo ficar apertados nometrô de Pa-

ris, Nova York, ou emônibus de Lon-

dres. Se eles têm a mesma situação

aqui, acham um horror. Então, essa

cultura precisa ser trazida para den-

tro. As pessoas precisam entender

que no futuro das cidades, por conta

da mobilidade urbana, da sustentabi-

lidade e questões ambientais, o trans-

porte demassa, com tecnologia híbri-

da, fará parte da vida de uma socie-

dade melhor, mais segura, mais con-

fortável, que respeita os seres huma-

nos e o ambiente.

ACETestá trabalhandopara difun-

dir uma nova imagemperante a so-

ciedade?

Por meio do diálogo com nossos

agentes, solicitando que tenham uma

atitude cada vez mais colaborativa,

proativa, orientadora, colaboradora –

não que eles não tivessem, pois basta

resgatar vídeos de inundações, para

ver agentes ajudando a empurrar au-

tomóveis dos cidadãos – para que no

futuro próximo, quando ummunícipe

vir um carro da CET, sinta o conforto

de saber que ali temum agente públi-

co, que está ao seu lado e que fará o

possível para ajudá-lo em momentos

de dificuldade no sistema viário.

A ideia de criar a universidade

corporativa vai ao encontro dessa

visão?

Sim. Pretendemos manter de uma

forma permanente a capacitação dos

nossos profissionais, atualizar sempre

nossa estrutura técnica e fazer com

que este conhecimento seja pereniza-

do dentro da empresa pormeio de um

grande projeto de gestão do conheci-

mento e oferecer esse conhecimento

à sociedade.

Quais conselhos daria asos estu-

dantes que ambicionam desenvol-

ver uma carreira de sucesso?

Foco, dedicação e cultura. O mundo

hoje é multidisciplinar. Os alunos não

podem mais ter apenas a formação

stricto sensu da carreira que estão se-

guindo. Eles precisam ter uma visão

mais dialética da sociedade e olhar de

forma mais ampla, observando como

os atributos culturais da sociedade em

que contribuem para que ele seja um

profissional melhor. Ele precisa enten-

der a sociedade onde se encontra, seus

rumos e precisa se dedicar e ter foco

em sua carreira, sem nunca perder o

senso amplo de uma excelente forma-

ção cultural, pois é daí que vem o res-

peito da cidadania e a disposição de

enfrentar as desigualdades sociais.

Hoje, depois de 38 anos no setor

público estou em um momento de

minha carreira de grande orgulho,

pois presidir a CET é ummarco em

minha biografia, por estar à frente

de uma organização com a história,

o papel, a tradição e a responsabili-

dade da CET.

Roberto Mattus

CIEE | Agitação

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