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chado, é comumver pedestres paran-

do para tirar uma selfie na frente da fa-

chada. Aos fins de semana, a fila para

visitação dobra o quarteirão. O inte-

resse émais do que justificável: a inau-

guração foi, de longe, o mais impor-

tante acontecimento cultural da capi-

tal paulista no primeiro semestre de

2017. Ainda em fase de implantação,

os responsáveis pelo projeto no Brasil

já consideravam a ideia de ter estagiá-

rios como outra forma de realizar a

missão da instituição.

Atualmente, nove estudantes

atuam como orientadores, conduzin-

do grupos de visitantes pelasmostras,

explicando detalhes das obras e parti-

cularidades da vida dos artistas. Eles

foram treinados por La Fabbrica, uma

organização que idealiza e implemen-

ta projetos educacionais e culturais,

promovidos e financiados por empre-

sas, organizações governamentais e

não-governamentais. A seleção foi

acirrada: 930 candidatos foramavalia-

dos até chegar aos finalistas. A admi-

nistração do programa de estágio está

a cargo do CIEE. “É uma instituição

comprometida e reconhecida por au-

xiliar os estudantes a ter experiências

que contribuam para sua formação

acadêmica e, por isso, é uma excelente

fonte para encontrar jovens dispostos

a essas experiências”, avalia Fabiana

Marchezi, diretora de projetos da La

Fabbrica do Brasil. De fato, basta uma

rápida conversa comas estagiárias pa-

ra notar um perfil diferenciado.

CONEXÕES E VIVÊNCIAS.

Bea-

triz Borges Brito Leal, de 20 anos, é

graduanda em arquitetura pelo Cen-

tro Universitário Belas Artes de São

Paulo. Foi ela quemchamou a atenção

para o simbolismo da obra

Conexão

.

“Cada tira de bambu representa pes-

soas que passaram por nossas vidas

deixando marcas”, explica, ao dar os

motivos de ter escolhido esta a sua

preferida da mostra. Temna ponta da

língua o fato de a técnica de entrela-

COM A PALAVRA...

Como é a visão dos brasileiros sobre

o Japão de hoje?

Entendem que o Japão é um país

moderno, mas não sabemexatamente

o quanto de modernidade, inovação

e contemporaneidade se encontra

lá. Mas isso não é uma exclusividade

do Brasil. Por isso, o governo japonês

resolveu criar a Japan House em al-

guns pontos do mundo. Nesse pri-

meiro momento, estamos no Brasil,

Estados Unidos e Inglaterra. A casa

de São Paulo deverá atender, num

futuro próximo, toda a América do

Sul. Nos Estados Unidos, construíram

em Los Angeles para abranger as

Américas do Norte e Central. E em

Londres, toda a Comunidade Europeia.

Nossa missão é mostrar o que o Ja-

pão realmente tem de novo e con-

temporâneo, mas sempre mantendo

a tradição com os olhos no futuro.

A comunidade nipo-brasileira re-

cebeu bem a Japan House?

Eles ficaram curiosos sobre o que

seria esse centro cultural, especial-

mente as pessoas mais idosas. Tive-

ram muita ansiedade e nenhuma re-

jeição. Apesar de termos a maior

comunidade japonesa vivendo fora

do Japão, hoje a maior parte já é

formada por brasileiros nativos. É a

mescla emiscigenação típica. Minha

família mesmo temmistura com por-

tuguês, italiano e minha nora é des-

cendente de alemães e isso é o

Brasil. Hoje, com a casa pronta, ma-

nifestamseu orgulho por não saberem

que Japão tinha avançado tanto.

Qual é o diálogo proposto pelo centro

cultural?

A ideia é: juntos, Brasil e Japão irão

progredir, inovar e buscar um de-

senvolvimento maior. As exposições

que temos hoje traduz muito bem

essa troca que pode haver entre os

países. As artes em bambu, por

exemplo. Trata-se de um vegetal que

temos em abundância aqui só que

nunca houve um trabalho tão minu-

cioso quanto o que é feito lá. Outro

caso é o bashofu, um tecido feito

com fibras de bananeira produzido

desde os primórdios, em Okinawa. E

onde no Brasil temos banana? Em

todo lugar. Isso já despertou o inte-

resse do empresário brasileiro, tal

como Associação Brasileira da In-

dústria Têxtil e de Confecção (ABIT).

Parcerias assim também poderão

se refletir em outras áreas como

arte, tecnologia e medicina.

Angela Hirata,

presidente da Japan House São Paulo

Jeff Dias

CIEE | Agitação

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