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PONTO DE PARTIDA
M
aria Aloísia de Jesus dos Santos
¸ 30 anos, partilha a origemhu-
milde de grande parte de brasileiros que crescemà sombra de pro-
fundas desigualdades sociais. Nascida em Valença/BA, a 255 km
da capital baiana, começou a trabalhar aos sete anos em casa de família,
para ajudar a mãe, que sozinha sustentava sete filhos. Trabalhou como dia-
rista, mantendo seus estudos em paralelo. “Passamos por muitas dificul-
dades, eu trabalhava e muitas vezes o que recebia em troca era comida e
material da escola”, conta. Em2012, umamigo a estimulou a buscar o ensino
superior com auxílio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Com
o esforço de sempre, matriculou-se em direito na Faculdade Maurício de
Nassau (Uninassau), já morando emSalvador. Umprograma de estágio foi
parte integrante de seu crescimento. Contratada em 2015 por um escritó-
rio, ganhava experiência, mas o valor da bolsa-auxílio era insuficiente para
cobrir as despesas. Assim, por um tempo ainda teve de dividir seu dia entre
estudo, estágio e jornada como auxiliar de limpeza.
“
Nos primeiros dias,
tinha medo de não corresponder às expectativas dos meus supervisores de
estágio e, aomesmo tempo, estava muito interessada em aprender. O está-
gio foi fundamental para meu desenvolvimento profissional”, conta. Em
2017, o resultado de tanto esforço mostra, mais uma vez, que resiliência,
persistência e investimento na realização dos sonhos compensam: em 26
de julho se formou e só aguarda a entrega da carteira da Ordemdos Advo-
gados do Brasil (OAB) – passou no exame em janeiro, antes mesmo de
concluir o curso – para ser, enfim, efetivada.
Q
uando a aprendiz
Giovanna
Pimental de Oliveira
co-
meçou a capacitação profis-
sional pelo programa Aprendiz Legal
na Janssen Cilag Farmacêutica, braço
da Johnson & Johnson em São José
dos Campos/SP, levou um susto. Du-
rante o programa, ela teria de elaborar
uma espécie de Trabalho de Conclu-
são de Curso, o temido TCC dos gra-
duandos. “Fui desafiada a idealizar um
projeto semespecificação que pudes-
se ser implementado na empresa.” No
entanto, Giovanna superou o temor
inicial, deu conta do recado e apresen-
tou um projeto que resultaria numa
economia de 36 mil reis por ano para
a empesa. “Substituí as etiquetas tra-
dicionais (mais caras) para identifica-
ção de matérias-primas por outras
com custo menor, mas com a mesma
funcionalidade”, conta. O projeto
aprovadíssimo e sua conduta durante
a aprendizagem foram motivos sufi-
cientes para sua efetivação no setor de
acondicionamento de embalagens de
medicamentos. “OCIEE foi ummar-
co importante naminha carreira. Co-
mo aprendiz, aprendi a ter confiança
emmim”, enfatiza a jovemde 23 anos,
contente pela experiência profissional.
“Tenho o privilégio de atuar em uma
empresa que valoriza o funcionário.”
CONFIANÇA
E TALENTO
Maria Aloísia na formatura,
com Vinicius Maia, coordenador
do curso de Direito da Uninassau.
OPREÇODO
SUCESSO
6
Agitação | CIEE
Divulgação/Uninassau
Arquivo pessoal