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Agitação

nov/dez 2005

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Agitação

nov/dez 2005

Oportunidades

para quem pensa

em tecnologia e

desenvolvimento o

tempo todo e tem a

mente voltada para

custos e prestação

de serviço.

sadas em obter o máximo resultado com

seus programas de estágio. “Não adian-

ta colocar cinqüenta estagiários numa

mesma fábrica sem preparar previa-

mente um programa para eles. Num dos

estágios, éramos quarenta jovens sem

qualquer orientador. Ninguém aprendeu

nada, ficávamos apenas observando

o trabalho e, quando o estágio acabou,

nos perguntaram do que havíamos sen-

tido falta. A resposta de todos foi a mes-

ma: “de atenção.”

Agitação -

A tecnologia aplicada nos

cartões é brasileira?

Ernesto D’Orsi -

É toda nacional e foi

desenvolvida pelo Conselho de Pes-

quisa e Desenvolvimento (CPqD), an-

teriormente parte da Telebrás e hoje

uma entidade independente. Desde o

lançamento, vêm sendo aperfeiçoa-

dos e a Interprint é parceira importante

do CPqD. Coloca as suas instalações

industriais disponíveis para modifica-

ções no produto e nos processos de

fabricação, além de sugerir melhoras,

muitas já aproveitadas pelo CPqD, que

é o proprietário da tecnologia.

Agitação -

Qual a avaliação que o senhor

faz do mercado de cartões telefônicos?

D’Orsi -

É estável e bastante grande,

com negociações difíceis por várias ra-

zões. Além de uma concorrência muito

ativa e capacidade de produção maior

do que a demanda, os cartões são um

item importante do custo da telefonia

pública e somos sempre pressionados

para reduzir preços. Por isso, a luta inter-

na na empresa pela redução de custos é

permanente e envolve todos os níveis da

fábrica e da administração. Para dar uma

idéia do problema, um cartão indutivo já

custou cerca de 45 centavos de dólar e

hoje não chega a 15 centavos.

Agitação -

Com a popularização do ce-

lular, o cartão pode se tornar obsoleto?

D’Orsi -

A concorrência do celular

– considerado como substituto do te-

lefone fixo – reduzirá o volume de liga-

ções de telefones públicos e, portanto,

o mercado de cartões indutivos. É um

processo lento, mas, simultaneamente

a esse processo, outros segmentos

começam a se desenvolver, como o

dos cartões pré-pagos, que vêm com

um número-código para ser usado em

telefone celular e possivelmente, num

dado momento, serão introduzidos na

telefonia fixa para reduzir ou eliminar o

custo da assinatura, e o dos cartões

com chip para celulares GSM.

Agitação -

No campo de impressos e

documentos de segurança, o que a em-

presa faz para diminuir as fraudes?

D’Orsi -

Elas vêm diminuindo à medida

que novos itens de segurança são in-

troduzidos no papel e na impressão. As

condições de segurança da fábrica são

excepcionais, os materiais e os proces-

sos utilizados são os melhores disponí-

veis no mundo, mas o que o bandido faz,

por exemplo, com cheques que rouba, é

um problema da polícia.

Agitação -

E no caso da Carteira Nacio-

nal de Habilitação?

D’Orsi -

Desenvolvemos os softwares

proprietários para emissão e controle da

Carteira Nacional de Habilitação. O papel

para a impressão é absolutamente segu-

ro, bem como os dispositivos contidos

no documento (tintas especiais, impres-

sões com marcas características, mar-

ca d´água, papel talho doce, etc.). As

maiores fraudes estavam na chance de a

pessoa tirar várias carteiras em diferen-

tes estados, o que não é mais possível

porque cada carteira emitida é verificada

pela central do Departamento Nacional

de Trânsito (Denatran), em Brasília, ao

qual a Interprint está permanentemente

conectada

on-line

, a partir de cada local

de emissão da CNH em treze estados,

através de um

backbone

de comunica-

ções de última geração.

Agitação -

Quais profissionais encon-

tram maior oportunidade na área de

atuação da Interprint?

D’Orsi -

São engenheiros industriais,

de informática e de produção. Gente

que pensa em tecnologia e desenvol-

vimento o tempo todo. Gente que pre-

cisa ter a mente voltada para custos e

prestação de serviço e, também, estar

entrosada com as áreas comerciais

da empresa e de seus clientes.