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Agitação
nov/dez 2005
Concurso Vida de Estagiário
Lições da vida prática
SÉRGIO COUTINHO SANT’ANA
JÚNIOR é o vencedor da etapa
novembro/dezembro do Concurso
Vida de Estagiário. Concluiu o
curso Técnico em Edificações
na E.T.E. Jacinto Ferreira de Sá
em julho/2005 e estagiou até
o dia 30/11/05 na Companhia
de Transmissão de Energia
Elétrica Paulista. Atualmente,
aguarda o próximo ano, quando
iniciará outro curso, ainda
indefinido.
“Quando tiver o seu dinheiro,
você
vai dar mais valor ao que tem”. Esta
era a frase que eu, Sérgio, já com
meus 19 anos e sem nunca ter tido
uma experiência profissional séria,
mais ouvia da boca de minha mãe. Foi
numa manhã de terça-feira que o tele-
fonema de uma moça muito simpática
chamada Ana Paula, da unidade CIEE-
Marília, me acordou com a notícia de
que Elias Draíbi, um dos meus profes-
sores do curso Técnico em Edifica-
ções da E.T.E. Jacinto Ferreira de Sá
me indicara para uma vaga de está-
gio na Companhia de Transmissão de
Energia Elétrica Paulista (CTEEP), lo-
calizada em Chavantes, cidade vizinha
de Ourinhos/SP, onde moro. Foram
tantos os benefícios citados, cheguei
até a achar que era um trote.
Esclarecidas as dúvidas e passado o
processo seletivo para escolher quem
ocuparia a cobiçada vaga, comecei a
ter uma noção mais séria do que é o
mercado de trabalho, visto que concor-
ri com amigos da minha sala, que infe-
lizmente não puderam ter a mesma ale-
gria, mas que também tentarammostrar
o que tinham de melhor a oferecer e,
independentemente do insucesso, me
deram muita força. Minha mãe, em es-
pecial, adorou, porque eu começaria a
viver uma realidade que não conhecia,
e assim de fato aconteceu. Das metas
que fixei, concluí que não seria fácil
atingi-las, pois tive de aprender sozinho
a administrar radicalmente minha vida
que, de pacata, passou a ser como a
de adulto. Acordar cedo, passar o dia
todo fora de casa, levar marmita para
o almoço, ficar subordinado a outras
pessoas, assumir gastos pessoais...
tudo isso foi uma reviravolta para mim,
mas justificou aquela frase que minha
mãe buzinava tanto na minha cabeça.
Acordei para realidade e, de fato, co-
mecei a valorizar mais as coisas que
fui conquistando com meu próprio
suor, e isso foi também me dignifican-
do mais perante a família, a sociedade
e os amigos. É prazeroso poder aju-
dar numa despesa em casa, comprar
algo que se deseja e sair num fim de
semana sem depender de alguém. No
estágio, realizado no departamento de
obras da empresa, além do aprendiza-
do direto relacionado à área do meu
curso e convivendo com atividades
práticas diárias, tive outras lições im-
portantes e superei minhas próprias
expectativas. Para ter uma boa comu-
nicação dentro da empresa, precisei
deixar de lado a timidez que sempre
me acompanhava e, com isso, me
adaptei e fiz amizades rapidamente e,
hoje, elas me auxiliam nas minhas ne-
cessidades e dúvidas. Essa também
foi uma lição, de certa forma ética,
que mostrou que relações dentro de
uma empresa podem ser amigáveis
desde que também sejamos úteis e
confiáveis aos outros.