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12

Agitação

nov/dez 2008

A

será sempre subsidiado pela sociedade,

conforme o comando constitucional. Den-

tro do governo, defendemos a separação

da contabilidade para que fique claro o

valor destinado à área urbana e à área

rural. Isso dará transparência à socieda-

de quanto à real situação da Previdência

Social. Isso, porém, apenas para efeito

contábil, porque a proteção social da

nossa Previdência continuará valendo

para urbanos e rurais, indistintamente.

Agitação –

Essas medidas fazem parte de

uma série de adequações na reforma pre-

videnciária. A última foi em 2003. O que os

novos profissionais vão encontrar de mais

marcante?

Pimentel –

As mudanças que aprovamos

na reforma de 2003 forammuito importan-

tes para o futuro da Previdência Social. De-

finimos uma previdência básica, com piso

e teto, para todos, sejam trabalhadores da

iniciativa privada ou do serviço público.

Agitação –

Muitos jovens estão preferindo

virar “concurseiros” a fazer uma faculda-

de, mesmo existindo uma lacuna entre o

setor privado e público. Foi tomada algu-

ma medida para reduzir essa diferença?

Pimentel –

Os novos trabalhadores que

ingressarem no serviço público terão a

opção de pagar a previdência complemen-

tar para ter direito à complementação de

seu benefício naquilo que exceder ao teto

do Regime Geral, que hoje está em 3.038

reais. O que estamos dizendo com isso é

que até o teto do Regime Geral tem sub-

sídio da sociedade. A partir daí, a com-

plementação terá de ser custeada pela

contribuição facultativa do servidor. Mes-

mo assim, a implantação dessas regras

somente irá se completar em 2050. Até

lá, a sociedade destinará aproximadamen-

te 350 bilhões de dólares para financiar o

regime próprio dos servidores públicos.

Estamos regulamentando a previdência

complementar. A proposta de criação do

Fundo de Pensão dos Servidores Públicos

Federais (Funpresp) está no Congresso

Nacional para aprovação. Será um gran-

de avanço, a exemplo do que é o fundo

de previdência dos funcionários do Banco

do Brasil (Previ), que existe desde 1904 e,

hoje, é um verdadeiro patrimônio daqueles

trabalhadores.

Agitação –

Há projetos de lei que visam a

uma evolução na Previdência, como o que

pretende utilizar os dados do Cadastro Na-

cional de Informações Sociais (CNIS) pelo

INSS para comprovar os direitos previ-

denciários dos trabalhadores. Como será

esse futuro?

Pimentel –

O que queremos é simplificar

a vida do trabalhador e oferecer o melhor

serviço público possível ao cidadão. Ga-

rantir que, ao final de sua vida laboral, ele

não tenha a menor dificuldade em conse-

guir sua aposentadoria. Hoje, caso haja al-

guma dúvida em sua documentação, o tra-

balhador precisa comprovar que realmente

trabalhou em determinado lugar e, muitas

vezes, esses documentos foram perdidos

ao longo dos anos, o que dificulta a con-

cessão do benefício. O CNIS é um grande

banco de dados do qual fazem parte to-

dos os contribuintes, todos os segurados,

mas as informações certificadas, aquelas

que podemos usar sem a comprovação

documental, são de 1994 em diante. O

que estamos propondo é a ampliação da

base de dados certificada desse cadastro.

Isso permitirá a concessão automática do

benefício ao trabalhador em processo de

aposentadoria. Forneceremos a ele o ex-

trato da sua vida de contribuição e da sua

vida laboral. E ali virá, também, o cálculo de

sua aposentadoria, que, se ele concordar,

será homologada no ato. Queremos que

esse sistema entre em vigor em janeiro de

2009 para as aposentadorias por idade, na

área urbana. O Congresso Nacional tem

nos apoiado nessa matéria. É importante

que o projeto seja aprovado rapidamente,

de modo que cheguemos em janeiro de

2009 com todo o sistema de atendimento

– Central 135, internet e banco de dados

–, em melhores condições de atender

prontamente o trabalhador, simplificando e

facilitando a vida dos 37 milhões de contri-

buintes regulares do INSS.

Agitação –

Que recado o senhor gostaria

de deixar para os jovens estudantes?

Pimentel –

Desde 2003, o Brasil passa

por mudanças profundas em todos os

campos. A economia cresce a cada ano

e a oferta de emprego também. Nesse

cenário, é preciso atentar para as vagas

existentes para pessoas qualificadas. Se

observarmos detalhadamente os dados

do Cadastro Geral de Empregados e De-

sempregados (Caged), as maiores opor-

tunidades são para trabalhadores de até 19

anos que, na maior parte das vezes, estão

no primeiro emprego, mas também para

os que têm acima de 50 anos. Isso nos diz

que o mercado volta a absorver trabalha-

dores qualificados, com larga experiência

e especialização. E as perspectivas para

os próximos anos são ainda melhores.

Para fazer parte desse novo Brasil, porém,

será preciso dedicação e muito estudo.

Portanto, o conselho que dou a todos os

jovens é que estudem muito. Aproveitem

as possibilidades de especialização para

expandir seus conhecimentos, pois esse

investimento, com certeza, renderá muitos

frutos no futuro.

“De janeiro

a julho de 2008,

a arrecadação

líquida atingiu o

montante de

R$ 88,6 bilhões,

o que corresponde

a um aumento

de 10,2%”