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Inclusão profissional, assistência jurídica, apoio a desabrigados, auxílio a
pessoas com deficiência, parcerias com entidades do terceiro setor: eis alguns
exemplos de uma instituição que cumpre forte vocação de assistência social.
O
CIEE nasceu há 50 anos com o espírito filan-
trópico de contribuir para a formação profis-
sional e a inserção de jovens no mercado de
trabalho, suprindo adicionalmente o país com capital
humano qualificado. Mas a gestão criteriosa da receita
da contribuição institucional, concedida pelas empresas
e órgãos públicos parceiros na administração de progra-
mas de estágio e aprendizagem, possibilitou que o CIEE
avançasse em suas ações de assistência social. Com isso,
sempre apostando na educação e na capacitação profis-
sional, passou a beneficiar não mais apenas os jovens,
abrindo também novas perspectivas de futuro para adul-
tos de qualquer faixa etária, a grande maioria em situação
de vulnerabilidade social.
Amais nova iniciativa filantrópica é a parceria firmada
entre o CIEE e a Prefeitura de São Paulo destinada
à ca-
pacitação profissional e à captação de vagas no mercado
de trabalho para pessoas em situação de rua. OPrograma
de Formação Complementar para Inserção no Mercado
de Trabalho de Pessoas em Situação de Rua
oferecerá
oficinas de capacitação a 250 beneficiários, pré-selecio-
nados pela Secretaria Municipal de Assistência e Desen-
volvimento Social, com prioridade aos matriculados ou
concluintes do Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (Pronatec). A Secretaria de Direitos
Humanos e Cidadania validará o conteúdo ministrado.
Ao CIEE caberá, sem ônus para os cofres públicos, ela-
borar os cursos, oferecer local e instrutores para a capaci-
tação, fornecer lanches e material didático, além de reali-
zar ações para sensibilizar as empresas a ofertar vagas de
estágio, aprendizagem ou emprego. Na assinatura do acor-
do, firmado no final de agosto no Teatro CIEE, um dos
depoimentos mais emocionantes veio de Heliano Ferrei-
ra,
refugiado guianeense beneficiário do Pronatec PopRua
que, antes de conseguir um emprego como leiturista da
AES Eletropaulo, foi acolhido pelo Arsenal da Esperança
D. Luciano Pedro Mendes de Almeida, instituição parcei-
ra do CIEE desde maio deste ano. Projeto da Associação
Assindes Sermig, o Arsenal acolhe diariamente 1,2 mil ho-
mens da população em situação de rua na capital paulista.
São jovens e adultos que sofrem pela baixa escolaridade,
falta de trabalho, de moradia fixa, com diversos problemas
de saúde e vínculos familiares rompidos. Em duas salas de
aula doArsenal da Esperança, que funciona na antigaHos-
pedaria dos Imigrantes, na zona leste da cidade, 50 deles
frequentamcurso educacional, que vai de alfabetização nas
primeiras letras até suplência. As aulas sãoministradas por
duas estagiárias de cursos de licenciatura, com bolsas-au-
xílio pagas pelo CIEE, que também oferece gratuitamente
material escolar e uniforme aos alunos.
Porta para o futuro.
“A principal reclamação dos
que chegam aqui é que não conseguem concorrer a uma
vaga de trabalho por não ter uma profissão definida,
sendo difícil alcançar a autonomia”, diz Renata Guerra,
assistente social do Arsenal. Por isso, a maioria pede
para estudar, desde os analfabetos aos funcionais. “Para
nós, a certeza de minimizar as injustiças sociais vem da
oportunidade de qualificação profissional, assim inves-
timos em diversas oficinas/cursos profissionalizantes”,
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