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CAPA
Para completar o ensino médio, José Antonio Araújo, 27 anos, ingressou no progra-
ma de Alfabetização e Suplência Gratuita para Jovens e Adultos do CIEE, seguindo o conselho
do instrutor do laboratório de informática, que frequentava também gratuitamente na mesma
instituição. “Graças aos cursos do Pacote Office, oferecidos pelo CIEE, conquistei um emprego
no Espaço de Convivência do Colaborador na Associação de Assistência à Criança Deficiente
(AACD), entidade da qual sou paciente desde que nasci”, conta. Araújo tem mielomeningocele,
mais conhecida como spina bífida, malformação congênita da coluna vertebral que ocasiona
lesão e pode alterar movimento, força e sensibilidade de membros inferiores, entre outras com-
plicações. Por conta disso, ele usa uma válvula hidrocefálica e se locomove em cadeira de rodas,
o que dificulta seu acesso à escola pública.“Na suplência do CIEE, estou aprendendo muito mais
e tenho apoio dos professores e dos coordenadores”, confirma. O sonho de Araújo é prestar
vestibular para psicologia, pois diz ter facilidade em ouvir e aconselhar as pessoas. “Há quem
me fale que já recebo o benefício da prestação continuada pago pelo governo e que poderia
não trabalhar. Mas acho que na vida a gente faz escolhas: posso me colocar como um coitado
ou conquistar muito mais”, argumenta. “A dificuldade existe, mas basta ser inteligente para
superar todas elas; capacidade todos têm, basta querer”, completa. A história de superação de
José Antônio, que vive com a mãe, que é viúva e copeira, será um dos cases do Teleton 2014,
uma maratona televisiva, promovida pela AACD, que busca conscientizar a população sobre o
potencial de deficientes físicos, gerando grande mobilização social.
Hora do jantar no Arsenal
da Esperança, em São Paulo/SP,
instituição parceira do CIEE:
amparo a 1,2 mil desabrigados, que
buscam a reinserção na sociedade.
Inclusão digital e social
Jeff Dias
Jeff Dias