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Ação para refugiados.
Adicionalmente a essa par-
ceria, o CIEE iniciou, em julho, a oferta de curso de língua
portuguesa a refugiados estrangeiros, para capacitá-los para
a comunicação no Brasil, familiarizá-los com a cultura bra-
sileira e ampliar suas possibilidades de atuação profissional.
Afinal, oriundos de países marcados por conflitos arma-
dos ou de situações de perseguições injustas (baseadas em
questões religiosas, de nacionalidade, opinião política etc.),
a maioria deles desembarca no país sem condições de dis-
putar uma vaga no mercado de trabalho e sem recursos para
bancar um período de capacitação profissional.
A turma é formada por cerca de 60 alunos encaminha-
dos pela Caritas Arquidiocesana de São Paulo
e vindos
de países como Angola, Bangladesh, Colômbia, Congo,
Cuba, Guiné Bissau, Haiti, Líbano, Nigéria, Senegal e Síria.
“O aprendizado do português é a porta para integração
dessas pessoas em condições vulneráveis no país; mesmo
que seja o ensino básico do idioma, é fundamental para
a sua sobrevivência mínima”, diz Maria Cristina Morelli,
coordenadora do Centro de Acolhida para Refugiados
da Caritas. “O CIEE subsidia o transporte, a alimentação
e o material didático dos alunos, o que é excelente, pois
nos ajuda com recursos, sem contar que a parceria possi-
bilita a ampliação da nossa capacidade para atender um
número cada vez maior de estrangeiros nessas condições
destaca Maria Isabel Barbosa Del Pozo, coordenadora do
serviço social do Arsenal da Esperança. Por isso, segundo
ela, é fundamental a existência do núcleo de alfabetização
para adultos mantido pelo CIEE, com objetivo de elevar o
nível de escolaridade e promover a inclusão profissional e
social dos beneficiários. O Arsenal oferece atendimento que
vai muito alémde uma cama com roupa limpa, banho quen-
te e alimento digno, pois reforça, com atividades integradas,
a possibilidade da reinserção dos acolhidos na sociedade.
Para Pedro Pereira da Silva, 56 anos, que só tem o ensi-
no fundamental I, está sendo muito bom voltar à sala de
aula, estudar, melhorar a caligrafia, aprender coisas novas.
Natural de Maceió/AL, ele chegou a São Paulo na década
de 1980 e por duas vezes foi parar no Arsenal. Na primeira,
em 2009, foi quando perdeu o emprego como apontador de
obras. Saiu dez meses depois, ao arrumar uma nova coloca-
ção. Voltou em 2014, pois não conseguia mais trabalhar no
mercado informal, por conta da fiscalização municipal. Há
pouco tempo na alfabetização, conseguiu um trabalho como
auxiliar de limpeza. Larga do trabalho no meio da tarde e
vai para o Arsenal, onde espera abrir o portão às 16 h, toma
banho, janta e segue para a aula, ali mesmo, e confessa nunca
ter faltado um dia. “É importante ocupar a mente com coisa
boa e as meninas têmpaciência para ensinar”, diz, referindo-
-se às estagiárias da alfabetização.
Impossibilitada de comparecer à assinatura do acordo, a ministra do Desenvolvimento Social e Com-
bate à Fome, Tereza Campello, enviou mensagem enfatizando a importância da parceria.
“Parabenizo a Prefeitura de São Paulo e o CIEE pelo trabalho arrojado que decidiram empreender
conjuntamente, que é incluir a população de rua no mercado de trabalho, lutando contra o preconceito e
buscando efetivamente erradicar a pobreza e promover a inclusão social da população mais vulnerável
dessa imensa metrópole. Temos acompanhado de perto o trabalho que vem sendo feito pela Secretaria
de Direitos Humanos e Cidadania e pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social para ofe-
recer condições dignas de abrigamento e avançar na oferta de cursos do Pronatec para a população de
rua. (...) Esse esforço está não apenas desenvolvendo a empregabilidade da população de rua, mas cami-
nhando rumo à autonomia, aumentando a autoestima e o senso de pertencimento social. Ao se juntarem
ao CIEE, tenho certeza de que a inserção no mercado de trabalho desse público será mais qualificada e
em maior número, criando oportunidades para novas conquistas.”
Ministra Tereza Campello
MINISTRA DESTACA VALOR DA INCLUSÃO SOCIAL
Prefeito Fernando Haddad entre
Ruy Altenfelder, presidente do
Conselho de Administração do CIEE
(E), e Secretário Rogério Sottili.
A mensagem foi lida durante a assinatura do con-
vênio, que contou com a presença do prefeito Fernan-
do Haddad; e dos secretários municipais Luciana Te-
mer (Assistência e Desenvolvimento Social) e Rogério
Sottili (Direitos Humanos e Cidadania).
Secretária
Luciana Temer
Valter Camponato ABR
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