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Como referência no 3º Setor, o CIEE também apoia 17 insti-
tuições assistenciais, assegurando apoio que viabilizam a manu-
tenção de serviços relevantes prestados às comunidades onde se
inserem. Como praxe nesses casos, cobre a bolsa-auxílio paga
aos estagiários que ali atuam, com tríplice efeito positivo: cria
oportunidades para os estudantes adquirirem prática; colabora
para desenvolver a cidadania; e cumpre sua responsabilidade
social como organização filantrópica. As entidades apoiadas são
voltadas a causas e públicos distintos, o que permite o CIEE estar
presente em todas as frentes.
É com esse apoio que o Instituto Se Toque, organização sem
fins lucrativos, cumpre o objetivo de salvar vidas, a partir de ati-
vidades educativas destinadas à prevenção e ao diagnóstico pre-
coce do câncer de mama, doença que atinge perto de 57mil mu-
lheres anualmente no país. Cabe aos estagiários, que recebem
bolsa-auxílio do CIEE e capacitação do Se Toque, fazer o traba-
lho de conscientização, a partir de oficinas realizadas para ado-
lescentes das sétima e oitava séries de escolas públicas das perife-
rias da capital paulista. Nesses encontros, tratam de temas como
câncer de mama, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e
gravidez não planejada, esclarecendo dúvidas com uma equipe
preparada e supervisionada por médicos especialistas. Os esta-
giários ainda participam de encontros com a comunidade, para
fornecer orientação sobre saúde integral da mulher, hábitos sau-
dáveis e avanços na prevenção e tratamento do câncer de mama.
Desde 2007, quando o CIEE passou a colaborar como institu-
to, 69 estagiários participaram do projeto, incluindo os 15 atual-
mente em atividade. Desses, 13 são estudantes de psicologia e os
demais da área de comunicação e de assistência social. Em 2013,
mais de 20 mil pessoas foram atendidas, das quais 13 mil parti-
ciparam das oficinas de prevenção e dos encontros. “É possível
Posto volante do CIEE num dos Centros
Educacionais Unificados (CEUs), em São Paulo/SP:
encaminhamento de jovens para o mercado
de trabalho e outros serviços gratuitos.
O pernambucano
Antônio José da Silva
, 53 anos, desembarcou na cidade
de São Paulo há 23 anos. Por conta do vício em álcool, desligou-se da família e virou
morador de rua. “Morei debaixo de uma carroça por dez anos”, conta. Encaminhado
por um policial, ele chegou há alguns meses ao Arsenal da Esperança, instituição par-
ceira do CIEE no programa de Alfabetização e Suplência Gratuita para Adultos. Lá, foi
convidado a participar do curso para ter a oportunidade de aprender as primeiras letras
e conseguir uma melhor condição de vida. “Eu não sabia nenhuma letra e agora já as-
sino meu nome”, diz Antônio. Com esse pouco de aprendizado, conseguiu um emprego
com registro em carteira, como ajudante de pedreiro numa construtora. “Eles pediram
que eu soubesse escrever, e o que aprendi aqui já ajudou muito”,
comemora Antônio, que até conta em banco abriu. Em paralelo aos
estudos, por vontade própria, confessa estar se esforçando para
não beber mais e busca apoio frequentando uma igreja. “Ganhei
uma Bíblia e prometo que um dia conseguirei
ler ela todinha”, entusiasma-se.
Assinar o nome garantiu o emprego
Jeff Dias
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