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Órgãos Públicos
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assados os jogos da Copa, os brasileiros começa-
ram a se preparar para o ponto alto do exercício da
cidadania: escolher quem vai governar a nação nos pró-
ximos anos. Para esse fim, 141,8milhões de pessoas estão
aptas a votar em outubro, seis milhões de eleitores a mais
em relação a 2010, segundo a Justiça Eleitoral. Organizar
as eleições é um processo complexo e que se inicia bem
antes do sufrágio, envolvendo emissão e transferência de
títulos, regularização da situação de eleitores, cadastra-
mento biométrico, checagem de urnas eletrônicas, o que
exige um contingente considerável de servidores capaci-
tados. Para dar conta da demanda, a Justiça Eleitoral tem
contado com apoio de estagiários.
Um exemplo é o Tribunal Regional Eleitoral de São
Paulo (TRE/SP), estado que concentra o maior colégio
eleitoral do país, com 32 milhões de votantes. O órgão
firmou, em abril, parceria com o CIEE prevendo a se-
leção e a contratação de 850 estudantes dos cursos de
direito e administração, para atuação até dezembro nas
425 zonas eleitorais espalhadas pelo estado, em reforço
ao quadro de cerca de quatro mil funcionários efetivos.
“O TRE/SP precisava implementar o seu programa
de estágio em todas as unidades cartorárias das zonas
eleitorais, considerando que, em 16 de setembro do ano
passado, foi publicada a resolução que regula todo esse
processo, sem contar que 2014 é ano eleitoral e rico em
atividades nos cartórios”, explica Glória Haddad, coor-
denadora de educação e desenvolvimento da Secretaria
de Gestão de Pessoas do TRE. A parceria com o CIEE
possibilitou a implantação do programa, tendo em vista
que, “alémde sua renomada reputação, possui condições
de atuar na seleção, contratação e administração de esta-
giários em todo o estado”, completa.  
Cidadania e ética.
Considerando que a promoção de
ações sociais é um dos objetivos estratégicos do TRE/SP,
voltado, entre outros aspectos, ao exercício da cidadania
e à disseminação de valores éticos, a expectativa é que o
estágio na Justiça Eleitoral possa propiciar ao estudante
complementação de ensino, bem como aprendizagem
profissional e sociocultural.
No seu primeiro estágio, Edemilcas Sousa dos Reis, aluno
de direito da Universidade Nove de Julho (Uninove), tem
auxiliado os eleitores que chegam ao cartório eleitoral com
dúvidas sobre os títulos e nos processos de quem tem os di-
reitos políticos suspensos. “O que vejo commais frequência
são pessoas que não têm ideia de que o fato de não votarem
pode prejudicá-las em outras atividades, como a renova-
ção do passaporte, ou causar restrições na Receita Federal”,
relata Edemilcas, que encerrou o contrato de estágio lo-
goapós a entrevista. “Sem contar que o voto é um exercício
de cidadania, e através dele o brasileiro tem a oportunidade
de mudar uma situação com a qual não concorda,”, ensina.
Com a experiência do estágio, que lhe proporciona visão
crítica do sistema, ele vislumbra a possibilidade de prestar
concurso e seguir na carreira pública.
ÉticaéumadasprimeiraspalavrasqueRodrigoNascimento
Silva, estudante de administração do Centro Universitário
da Estácio Uniradial, lembra-se de ter ouvido nos primeiros
dias do estágio. “Como lido com dados pessoais de eleitores,
o sigilo deve ser absoluto”, destaca o jovem que, entre suas
atribuições, coleta dados dos mesários que trabalharão nas
eleições; regulariza situação de eleitores; e realiza testes nas
urnas eletrônicas da 246ª Zona Eleitoral, na capital paulista,
por onde passam, em média, 300 pessoas/dia. Para Cláudia
Justiça Eleitoral abre oportunidades para estudantes
vivenciarem experiência única:
somar capacitação prática
com visão de cidadania.
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