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Com a palavra...
Guilherme Cavalieri
, diretor de desenvolvimento humano da Serasa Experian
O programa de aprendizagem também é uma ação de inclusão social?
Certamente. Temos como um dos nossos pilares de diversidade a vulnerabilidade socioeconômica
e o programa de aprendizagem traduz exatamente essa ideia. Acreditamos que o programa
fomenta a entrada de jovens de classes menos favorecidas e com base educacional não
necessariamente tão boa em processos seletivos dos quais, ao contrário, poderiam ser excluídos.
Qual é a importância de contar com jovens em início de carreira?
A contratação de aprendizes é fundamental para a construção de uma sociedade mais igualitária
e justa, já que promove melhor qualificação profissional a um público cujas oportunidades
não são amplas. Para a empresa, é um benefício e tanto: o banho pela cultura e valores
organizacionais e o estímulo ao desenvolvimento de competências profissionais na prática do dia
a dia favorecem, ao final do programa, uma eventual contratação mais assertiva e alinhada aos
valores corporativos.
Qual sua visão sobre a parceria mantida com o CIEE?
Não conseguimos enxergar o CIEE apenas como um prestador de serviços, mas como um grande facilitador e mediador. Por isso, está entre
os nossos parceiros. Nosso olhar vai além do cumprimento de uma cota legal. Desejamos e acreditamos na real inclusão de jovens que,
geralmente, estão em situação de risco social, por isso é fundamental a parceria com o CIEE, que, como nós, investe na qualificação técnica
e emocional (por exemplo, com as intervenções familiares, muitas vezes necessária).
observando que amigos de infância
não beneficiados por oportunidades
similares hoje estão em empregos pre-
cários, ganhando salários insuficientes.
Andréa Regina, gerente de cidada-
nia corporativa e qualidade de vida da
Serasa Experian, explica que o empo-
deramento dos jovens propiciado pela
aprendizagem “é fundamental para
promover a transformação social em
hoje com 18 anos, era frequentador
do Arrastão, em parte pela excelência
dos cursos lá oferecidos, em parte pela
bolsa de 80 reais que ganhava como
estímulo dado aos alunos assíduos
– ele mora com a mãe, que trabalha
em uma escola infantil. O que ele não
sabia é que, durante todo o encontro
promovido pela Serasa, estava sendo
observado e a sua atitude lhe abriria
portas. Foi chamado para um proces-
so seletivo. Não foi o primeiro da sua
vida: “antes não reconheceram meu
potencial”, diz Vanderlei, que já tinha
se lançado no trabalho informal como
entregador de panfletos.
Dessa vez, sua sorte seria diferen-
te. No recrutamento, a entrevista foi
conduzida por João Baptista Cintra
Ribas, então coordenador de diversi-
dade e inclusão da Serasa Experian,
que o contratou como aprendiz. “Ele
era uma pessoa muito próxima, sem-
pre nos orientando e aconselhando”,
lembra. A convivência com o gestor
foi rápida, pois em um ano Ribas não
resistiu a graves complicações de saú-
de e faleceu (leia no quadro). “Nossa
turma de aprendizes até fez uma ho-
menagem a ele”, relembra. A dedicação
e o treinamento de Vanderlei fizeram
a diferença. Ao final da aprendizagem,
foi efetivado como auxiliar de finanças.
“Sem essa formação, não teria alcança-
do o que conquistei hoje”, reconhece,
Vanderlei Santos: “Se não
tivesse tido essa formação,
não teria alcançado o que
alcancei hoje.”
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