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Raquel Rocha:
“Importante abrir oportunidade
para esses jovens.”
revela. Itaiara acredita nos benefícios do programa.
Uma vez por semana ela participa das atividades teó-
ricas, ministradas por instrutores do CIEE, e apren-
de bastante, principalmente questões de legislação e
operacionais. Depois da entrada no programa, Itaiara
renovou suas forças para voltar a estudar. Acabou de
passar no Prouni e vai cursar administração. “Tenho
de manter o ritmo e o foco para ser efetivada após o
fim do contrato”, ressalta. Para isso, já sabe como deve
agir: “Tenho de fazer as coisas certinhas.”
Clube do coração.
No rival Botafogo, que
atualmente disputa a segunda divisão do
Brasileirão, a aprendiz Rosane da Costa
também quer seguir os passos de Itaiara:
estudar administração e seguir no clu-
be do coração. “Para isso, quero fazer a
minha parte, me dedicando e mostrando o
meu melhor”, diz a jovem. No alvinegro cario-
ca, a aprendiz também atua na área de RH, ad-
ministrando o cotidiano dos funcionários, como as
folhas de ponto e atestados médicos, em sua primeira
experiência profissional.
Os amigos de Rosane, principalmente os botafo-
guenses, são os mais curiosos quanto à formação pro-
fissional que ela realiza e como ela conseguiu entrar
Itaiara Andrade
Tavares: “Tenho
de manter o ritmo
e o foco para ser
efetivada.”
no Aprendiz Legal. Para conquistar uma vaga, é necessário
ir a uma unidade ou posto de atendimento do CIEE e fazer
seu cadastro; estar cursando o ensino fundamental ou mé-
dio, ou ter completado o ensino médio. Além dos clubes, os
estudantes podem concorrer a vagas em inúmeras empresas,
entidades e órgãos públicos, nas modalidades de
auxiliar de
produção industrial, auxiliar de alimentação, comércio e va-
rejo, logística, ocupações administrativas, práticas bancárias,
telesserviços, telemática, turismo e hospitalidade.
Júlia Mira Mariano, 16 anos, também participa do
Aprendiz Legal, na modalidade
Ocupações administrativas.
Ela atua em um dos clubes mais antigos do Brasil, a Ponte
Preta, de Campinas/SP. “Quando eu era menor queria ser
advogada. Hoje não queromais. Minha opção será trabalhar
com RH.” Durante a formação profissional, Júlia foi desco-
brindo que atrás de toda a estrutura que se vê nos jogos de
futebol é necessário muito profissionalismo. “Tem muita
coisa por trás disso. Amo trabalhar onde estou. Não me vejo
mais fora disso”, conta. O sonho dela agora é crescer pro-
fissionalmente e poder dar uma casa aos pais. Uma parte
do que ganha de salário, ela deixa com os pais para ajudar
nas despesas. Pelo aprendizado e pela ajuda financeira que a
aprendizagem lhe proporciona, Júlia profetiza: “Essa primei-
ra experiência profissional será inesquecível.”
Humberto Teski
Humberto Teski