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Júlia Mira Mariano:
“Amo trabalhar onde estou;
não me vejo mais fora disso.”
Capacitação
Q
uando o camisa 10 de um clube do coração sai em
disparada pelo meio-campo e dá um toque sutil na
bola, deixando o centroavante na cara do gol para mar-
car e levando a torcida ao delírio, é difícil imaginar toda
a infraestrutura que está por trás de um time da elite do
futebol. São vários os profissionais que trabalham inces-
santemente em áreas distintas para que o clube consiga
ganhar jogos e o capitão do time levantar a taça. Além
dos setores ligados ao próprio futebol – como prepara-
dores físicos, nutricionistas, fisiologistas, fisioterapeutas,
psicólogos – existe também uma gama de colaboradores
que dá respaldo nos setores administrativo-financeiros.
Não adianta pensar em equipes supervalorizadas se não
há uma composição estrutural que permita pagar os joga-
dores em dia, investir em novas contratações, construir e
manter centros de treinamento modernos, atender o lado
social, entre muitas outras atividades.
Para tocar essa estrutura, os clubes precisam de funcio-
nários cada vez mais qualificados, que, independentemente
de torcida, aplicando profissionalmente conhecimentos téc-
nicos para facilitar a gestão financeira e administrativa das
agremiações, cada vez mais complexa. Um dos trunfos que
os clubes estão descobrindo para formar novas gerações
de profissionais dá-se pelo programa Aprendiz Legal,
parceria do CIEE e da Fundação Roberto Marinho vol-
tada à formação profissional de jovens de 14 a 24 anos.
Corinthians, São Paulo, Ponte Preta, Fluminense e
Botafogo são alguns dos grandes clubes que investem
no Aprendiz Legal. Além de formar profissionais nas
áreas de ocupações administrativas, as agremiações
ainda cumprem exigências legais, já que pela Lei da
Aprendizagem (n.°10.097/2000) as empresas devem
contratar cota de aprendizes, de acordo com o núme-
ro de funcionários qualificados. “É importante abrir
oportunidades para esses jovens; tem gente que já vem
mostrando possibilidades de continuar conosco”, afir-
ma Raquel Rocha, gerente de recursos humanos do
Fluminense, um dos grandes do futebol carioca. Uma
dessas jovens é a aprendiz Itaiara Andrade Tavares, 21
anos, que há seis meses participa do Aprendiz Legal no
clube das Laranjeiras. Atuando no RH, a jovem alimen-
ta planilhas, organiza contracheques e faz o cotidiano
administrativo do departamento. “Para mim está sen-
do ótimo. Sinto-me como parte importante do clube”,
Grandes clubes de futebol apostam na
aprendizagem para formar uma nova
geração de profissionais preparados
para áreas de administração.
Ricardo Lima