sa é uma excelente alternativa para
a juventude.
Quando se fala emperspectivas de
futuro, algumas empresas têm
usado a aprendizagem como for-
ma de identificar talentos para
seus quadros. Como isso pode ser
mais incentivado?
Uma conclusão a que sempre chega-
mos nas análises da aprendizagemno
Brasil e a de outros países é que esta-
mos no caminho certo. A efetivação
dos aprendizes nas empresas é alta.
Esse é um dos fortes argumentos pa-
ra convencer a empresa de que a
aprendizagem não é custo, é investi-
mento. É uma maneira de formar o
seu profissional da maneira que lhe
convém, para que ele atenda às ne-
cessidades e se sinta estimulado a
continuar na empresa, e esta tenha
seu corpo funcional bem definido.
Podemos comparar isso ao futebol.
Os grandes times campeões têm
uma estrutura de base robusta. Uma
empresa que temuma aprendizagem
solidificada tende a ter funcionários
que permanecempor mais tempo na
organização. Sabemos que o empre-
sário visa lucro e a aprendizagem é
um atalho para esse objetivo.
Um dos argumentos das empresas
para o não cumprimento da cota de
pessoas comdeficiência é a falta de
qualificação. A inserção dessas pes-
soas em programas de aprendiza-
gemnão é uma boa saída?
A pessoa com deficiência (PCD) é
uma preocupação constante emnos-
sos debates. Pessoas com deficiência
podem participar da aprendizagem
independentemente da idade, sem
perder o Benef ício da Prestação
Continuada provido pelo governo.
Temos iniciativas louváveis de em-
presas que as contratam no regime
da aprendizagem, até para que pos-
sam ser qualificadas. E, ao término
do ciclo da aprendizagem, elas são
efetivadas e passam a valer na cota de
pessoas com deficiência.
Ainda existem tabus?
Acredito que a sociedade tenha ama-
durecidomuito no que diz respeito ao
convívio e à diversidade. Mas ainda há
muito a se fazer e diminuir essa visão
deturpada está dentro das nossas
preocupações e responsabilidades.
Temos plena consciência de que elas
são capazes de exercer uma profissão.
Podemos até traçar umparalelo da vi-
são da sociedade sobre os jovens. Às
vezes, ouvimos depoimentos que nos
deixamperplexos, do tipo “como essa
juventude é perdida, não tem interesse
em nada”. Quando conversamos com
esses meninos, observamos ambição,
aspiração de futuro próspero, busca
por atividades mais complexas e de
maior responsabilidade, e vontade de
seremmais valorizados.
Qual sua percepção sobre as expec-
tativas dos jovens?
Tenho repetido muito isso e não vou
me cansar de repetir: não podemos
subestimar a capacidade da juventude.
Eles são capazes, têm interesse, vão
atrás e estão passando por momento
difícil. E nós, como poder público, te-
mos que interferir nesse processo,
sem detrimento de outras faixas etá-
rias. Acredito que nosso trabalho, en-
quantoMinistério, é um trabalho co-
letivo, que deve ter atenção voltada
para todas as demandas. Mas quanto
aos jovens temos, sim, que respeitá-
los como cidadãos, que estão num
momento crucial da formação civil, e
sentemque são capazes, pois têmnos
seus DNAs a tecnologia, as inovações
e são abertos a mudanças.
Qual a importância para o MTE
contar coma parceria de agentes de
integração como o CIEE para in-
cluir jovens e adolescentes no mer-
cado de trabalho
?
As entidades qualificadoras são fun-
damentais nesse processo. Quando
falamos de instituições como o
CIEE, que tem 52 anos de atuação
na qualificação profissional, temos
de pensar em quantas vidas ela in-
terferiu. Por isso, buscamos estrei-
tar essas parcerias, trabalhar juntos,
porque, quando falamos de juven-
tude, falamos de estratégia de futu-
ro para o país. Reconhecemos a ex-
celência do CIEE e temos plena
convicção de que instituições desse
nível são fundamentais para a reali-
zação de nosso trabalho e permitem
maior capilaridade de ação, princi-
palmente neste país de dimensões
continentais.
Elizabeth da Conceição
Contabilizamos
55% dos
aprendizes na área
administrativa,
índice alto nesse
universo de
possibilidades.
CIEE | Agitação
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