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ou maus, repercutem intensamente

e estimulam seguidores. Portanto,

os já reduzidos corredores dos fugi-

tivos de desgraças ficarão infinita-

mente mais estreitos. E isso pode

dizer respeito a nós, melhor dizen-

do, ao papel de porto seguro que o

Brasil vem assumindo nos últimos

anos. Na verdade, ante o dif ícil ce-

nário da Europa, talvez se transfor-

me numa rara opção aos desassisti-

dos. Aliás, o Comitê Nacional para

Refugiados (Conacre) do Ministério

da Justiça anotou que de 2010 para

cá os pedidos de refúgio saltaram

2.868%: de 966 para 28.700. Nesse

total não estão incluídas as volumo-

sas ondas de bolivianos, colombia-

nos, africanos e haitianos que pro-

movem uma migração informal e

consolidada. O Hospital e Materni-

dade Leonor Mendes de Barros, em

São Paulo, é uma referência elo-

quente. Ali nascem, em média, 800

bolivianinhos por ano. Nesse senti-

do, o consulado do país já apresen-

tou seu reconhecimento público à

instituição. Por seu lado, a Polícia

Federal divulgou que no ano passa-

do 118.309 estrangeiros, ex-clan-

destinos, passaram a viver legal-

mente entre nós – 57% a mais do

que em 2011.

O Brasil não tem experiência

para lidar eficientemente com refu-

giados e imigrantes em situação de

emergência, conforme demonstra-

ram as recentes

invasões

de haitia-

nos e outras etnias da América La-

tina e África. No caso dos haitianos,

em 2010 foram cerca de 130 mil en-

trando pela fronteira do Acre, do

qual o tristemente famoso campo

da Brasileia, montado às pressas, foi

o efeito mais revelador. O Brasil,

historicamente, operou commigra-

ções consentidas e organizadas, nas

quais estavam embutidas as preven-

ções sanitárias e a inclusão social,

traduzida na documentação legali-

zada e postos de trabalho previa-

mente estabelecidos, segundo se

deu com italianos, japoneses, ale-

mães, holandeses, poloneses, etc.

Significativamente, conforme pes-

quisa da Secretaria de Assuntos Es-

tratégicos, a sociedade brasileira, de

modo geral, é a favor da vinda de

estrangeiros, porém com 74,3% re-

jeitando aqueles sem documenta-

ção adequada. Deseja método e or-

dem na tarefa. Desgraçadamente, o

mundo dá sinais claros de que não

mudará com a velocidade que gos-

taríamos. O

fator Trump

sugere que

devemos vigiar e preparar.

A cada minuto

24 pessoas

tiveram

deslocamento

forçado contra

apenas seis,

na última edição,

em 2005.

CIEE | Agitação

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