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Há séculos, os seres humanos fazem uso de substâncias
alucinógenas. Um exemplo vem da civilização maia, cujos
membros utilizavam cogumelos para entrar em contato com os deuses. Na Idade Média, as bruxas usavam
plantas alucinógenas para fazer as pessoas acreditarem em poderes mágicos. “Hoje, é comum o uso de dro-
gas psicotrópicas que podem causar dependência quando consumidas com frequência”, afirmou Ana Regina
Noto, professora da Disciplina de Medicina e Sociologia do Abuso de Drogas da Unifesp em sua palestra
Uso
e dependência de drogas: os desafios das últimas décadas
. O evento ocorreu na Universidade Nove de Julho
(Uninove), durante o 82º Seminário da Campanha Nacional sobre Drogas
nas Escolas Superiores, coordenada pelo CIEE em parceria com a Senad.
Para Ana Regina, esse é o momento do crack e dos debates políticos em
torno das Cracolândias. “O álcool é a droga mais consumida, mas a mídia
é quem dita com o que devemos nos preocupar”, destaca. O mesmo pen-
samento é enfatizado por
Marcelo Niel
, coordenador do Ambulatório de
Crise do Departamento de Psiquiatria da Santa Casa de São Paulo. O médi-
co relatou uma experiência recente ao palestrar em uma faculdade: um dos
alunos entrou no auditório portando uma cerveja. “Ele comprou a bebida
dentro da própria universidade.” O psiquiatra
considera falhas inocentes, mas graves, aque-
las cometidas pelos pais: “Muitos pacientes
começaram a dependência ao buscar o vinho
no mercado para a receita da mãe, comprar o
cigarro para o pai ou o mais grave: molhar a
chupeta na cerveja.”
11/4 – Auditório da Uninove Campus
Vergueiro, em São Paulo/SP. O seminário tam-
bém foi levado para a Unip/Sorocaba (SP), em
8/5, e para a Estácio Faculdade São Luís (MA).
Eventos
Por trás do certificado
As Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) são ONGs criadas pela iniciativa pri-
vada e certificadas pelo poder público federal, a fim de facilitar parcerias e doações de empresas e órgãos
públicos. “São instrumentos que promovem a transferência de
recursos para o 3° setor”, afirmou
Ivelise Lício Calvet
, coor-
denadora de entidades sociais do Ministério da Justiça, duran-
te o 80° Encontro do 3° setor. “O Estado precisa do 3º setor
para ajudar na solução dos problemas sociais que o Estado não
consegue atingir.” Várias são as regras que regulam a atividade
das Oscips. Por exemplo: podem remunerar dirigentes e não
permitem servidores públicos em sua diretoria, apenas nos
conselhos. Para conseguir o certificado, é necessário que ob-
servem vários detalhes nos trâmites burocráticos. “O que dá
mais indeferimento são o estatuto e a ata sem autenticação”,
enfatiza Ivelise, apontando ainda o despreparo e o amadorismo
de algumas entidades filantrópicas.
19/4 – Auditório Ernesto Igel, em São Paulo/SP.
O vício começa
nos excessos
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