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A educação superior no Brasil vem crescendo, mas depen-
derá da união entre governo e setor privado para alcançar sua
plenitude. A partir de 1970, começou a abertura de cursos de
graduação pela iniciativa privada. Porém, havia limitações governamentais que
impediam seu crescimento. Na década de 1980, o Brasil tinha apenas 1,8 milhão
de universitários, dos quais 35% na rede pública. “Não havia investimento do se-
tor público, e as faculdades particulares também não cresciam por uma miopia
do Estado”, explica
Hermes Ferreira Figueiredo
, presidente do Sindicato das
Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de
São Paulo (Semesp). Ainda assim, até 1990, as matrículas cresceram 11,84%, das
quais 62,4% nas instituições privadas. O Conselho Federal de Educação passou,
então, a permitir que algumas faculdades particulares se transformassem emuni-
versidades, resultando na criação de novas vagas. Com isso, o ensi-
no superior particular ganhou musculatura, atraindo quase quatro
milhões de estudantes, de 1991 a 2003. Atualmente, são cerca de seis
milhões de alunos. Os programas governa-
mentais de crédito estudantil, bem como o
avanço dos cursos de educação à distância,
continuam impulsionando o crescimento.
“O acesso da população ao ensino superior
é fundamental para a competitividade do
país. A educação é a única tábua de salva-
ção para continuarmos crescendo.”
4/4 – Teatro CIEE, em São Paulo/SP.
Segredos da aprendizagem
Uma pesquisa divulgada ano passado na Inglaterra, compais de estudantes, identificou que
os filhos gastamo triplo do tempo na frente de uma tela em comparação como que dedicam
a livros. O
smartphone
tornou-se uma forma de escapar demomentos chatos. “Mas as pessoas
precisam entender que esses momentos também fazem parte da vida”, diz
Letícia Bechara
,
coordenadora da Trevisan Escola de Negócios, durante palestra sobre o tema
Segredos da
aprendizagem
, no Encontro com Educadores. É um dilema para os professores colocar e en-
sinar os limites da tecnologia. Os tempos de hoje requeremprofessores inspiradores, que des-
pertemo desejo de aprender nos alunos. A chave do aprendizado não está no que é ensinado,
mas em quem o ensina, e como. Desde a época do filósofo Sócrates, o modelo do professor
falando se repete. “A tecnologia é uma ferramenta a mais e pode ser uma aliada na transmis-
são do conhecimento”, destaca a professora, citando exemplos de como preparar aulas a partir
da observação do perfil dos alunos. Os auditivos preferem aulas expositivas; os cinestésicos
gostam de movimento e experimentações; e os visuais, de vídeos e transparências. “Faça per-
guntas; estabeleça vínculos, falando sobre suas próprias experiências; dê exemplos da matéria
utilizando outros contextos; associe um assunto desconhecido a outro já conhecido.”
22/3 – Teatro CIEE, em São Paulo/SP.
Caminhos
e descaminhos
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