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esde que foi criado em 2006, o prêmio
As Melhores Empresas para
Estagiar
mantémo objetivo de reconhecer a excelência de programas
de capacitação prática de estudantes e de reunir um banco de
cases
de
sucesso que possam ser multiplicados. A cada ano, uma pesquisa independente
identifica as organizações campeãs e revela detalhes do que constituem diferen-
ciais em estágios, a partir das respostas sigilosas dos jovens estudantes.
A conclusão da sétima edição do prêmio, que pela primeira vez divide os ven-
cedores em categorias de acordo com a quantidade de estudantes contratados
– empresas com até 20 estagiários; até 40; e mais de 40; e órgãos públicos com
até 60 ou mais estagiários – não poderia ser outra. “Apesar da diferença de porte,
as notas atribuídas aos programas não flutuam muito: o conceito de estágio de
qualidade está assimilado por todas”, afirma Marcos Simonetti, diretor de análise
e planejamento da Toledo&Associados, consultoria que consolidou e analisou os
dados colhidos durante a pesquisa, que contou tambémcomo apoio da seccional
paulista da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP).
Preocupação geral.
Cerca de três mil estagiários do estado de São Paulo parti-
ciparam do levantamento, avaliando o ambiente organizacional – sua integração
com outros colaboradores e participação em eventos ou treinamentos –, o acesso
a recursos internos e a importância das atividades desenvolvidas para seu futuro
profissional, entre outros pontos. Os gestores também foramouvidos para apurar
dados relativos a benefícios concedidos, valores de bolsa-auxílio, etc. A classifica-
ção final foi divulgada em abril em noite de gala, no Teatro CIEE.
Puderam se candidatar organizações do estado de São Paulo que tivessem dez
ou mais estagiários contratados, em parceria com o CIEE ou não. “O prêmio é
um reconhecimento público do valor de quem tem valor, externando a opinião
da população beneficiada”, afirma o consultor José AugustoMinarelli, vice-presi-
dente do Conselho de Administração do CIEE. Participaram do evento dirigen-
tes e gestores das 36 organizações vencedoras, vários acompanhados de torcida
organizada. A origemdos vencedores foi outro destaque: metade das ranqueadas
não é da região metropolitana de São Paulo, demonstrando que a preocupação
com a qualidade da formação profissional de novos talentos já avançou por todo
o estado, acompanhando a descentralização da economia paulista.
Outro ponto detectado é a vontade do jovem de deixar sua marca e colaborar
cada vez mais com a organização que o contrata. “A única crítica que fazem é
quando são passadas atividades que exigem pouco conhecimento técnico”, res-
salva Simonetti. No geral, demonstram satisfação com o
feedback
recebido dos
gestores e julgam adequado o perfil dos supervisores. “A diferença entre as or-
ganizações vencedoras e as que não se classificaram é mínima, o que prova uma
vez mais que o conceito do bom estágio está bem disseminado”, pontua o diretor
da Toledo & Associado. O quadro 1 resume as principais opiniões colhidas. Vale
destacar que todas as participantes, ao final da pesquisa, recebem a compilação
dos seus resultados para serem comparados à média geral: mesmo entre os ven-
cedores, é curioso notar que, ao contrário do ditado, em time que está ganhando
se mexe. Ganhadoras recorrentes do prêmio confirmam que têm nesse docu-
mento uma fonte de informação rica para o contínuo aprimoramento dos seus
programas de estágio”, relata Maria Auxiliadora Mondini Paré, auditora nacional
do CIEE, que coordenou a pesquisa.
Receita de sucesso.
A excelência em
programas de estágio resulta da criação
de um ambiente favorável à troca de
experiências entre diferentes gerações
de profissionais; da integração dos estu-
dantes ao corpo funcional; do acesso aos
recursos necessários para o desempe-
nho das atividades; e, acima de tudo, do
cuidado em não atrapalhar a vida esco-
lar. O índice de 92% de estagiários que se
orgulham de pertencer aos quadros das
companhias comprova a importância
dessa política de atração e preparação
de novos talentos. Mais do que vestir a
camisa, os contratados pelas melhores
empresas para estagiar não poupam es-
forços e energia para deixar sua marca –
há até quem viaje 500 quilômetros para
participar do treinamento prático.
O cruzamento dos dados estatísticos
dá a receita para o sucesso, traça um
perfil acurado das habilidades e compe-
tências mais valorizadas pelas empresas
e identifica as qualidades e deficiências
da maioria dos estudantes brasileiros.
Exemplo é o expressivo percentual de
33% de jovens que não dominam ou-
tro idioma, requisito essencial no mo-
mento em que o Brasil chama a atenção
do mundo seja pela realização de im-
portantes eventos esportivos, seja pelo
novo papel que desempenha no cenário
Minarelli, do CIEE: “O prêmio é
um reconhecimento público
do valor de quem tem valor.”
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